A Central de Cervejas e Bebidas (SCC) no decorrer da sua Jornada de Descarbonização tem vindo a fazer diversos investimentos no sentido de adotar soluções, processos e tecnologias para a transição energética. O objetivo é o de descarbonizar as suas unidades de produção até 2030. Objetivo que, segundo a companhia, representa um investimento total de 135 milhões de euros desde 2017.
“Atingir a neutralidade carbónica nos âmbitos 1 e 2 (produção) até 2030 é um dos objetivos da estratégia global ‘Brew a Better World’. Em Portugal, estamos comprometidos em criar um impacto positivo e em acelerar a nossa Jornada de Descarbonização, apoiando assim as ambições globais da HEINEKEN. Na Cervejeira de Vialonga, queremos produzir cerveja com energia 100% renovável até 2030”, afirma Julien Haex, diretor-geral da Central de Cervejas e Bebidas.
O executivo acrescenta ainda que “os nossos compromissos de sustentabilidade refletem-se em toda a cadeia de valor, da cevada até ao bar. Por isso, encaramos esta Jornada como uma oportunidade para transformar não apenas a forma como utilizamos os recursos, mas também a estrutura da nossa produção, com o objetivo de aumentar a eficiência”.
Energias renováveis asseguram 100% da eletricidade
Em 2024, a Central de Cervejas e Bebidas cumpriu a meta de ter 100% sua eletricidade proveniente de fontes de energia renovável: através da instalação, entre 2019 e 2023, de 8.400 painéis solares na Cervejeira de Vialonga e na unidade de enchimento da Água de Luso, com capacidade para produzir 3.189 MWh/ano e 1.379 MWh/ano, respetivamente; bem como por meio de garantias de origem de múltiplos ativos.
A transição para energias renováveis tem continuidade em 2025, a partir de um ativo dedicado (o Parque Eólico de Alto da Coutada), resultante de um Acordo de Compra de Energia (PPA) de longa duração, que fornece 32 GWh/ano de eletricidade renovável.
A próxima fase desta Jornada visa a transição da energia térmica, que representa cerca de dois terços da energia total consumida nas operações cervejeiras. Esta é uma das áreas mais desafiantes de descarbonizar numa Cervejeira: a energia necessária para o aquecimento, essencial para processos que vão desde a transformação da cevada em malte até à fase de enchimento, e que até agora era produzida a partir de gás natural.

A empresa refere que uma das soluções está a ser implementada em parceria com a Siemens Portugal, prevendo-se o seu funcionamento total em 2026, na Cervejeira de Vialonga. Trata-se de um sistema de recuperação de energia que utiliza uma bomba de calor: o sistema gera energia térmica a partir de eletricidade produzida por fontes renováveis (solar/eólica), através de um circuito de água quente, substituindo parcialmente o vapor gerado pelas caldeiras a gás natural. Esta inovação, parcialmente cofinanciada pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), vai contribuir para reduzir as emissões de CO₂ associadas à energia térmica.
A isto junta-se a parceria, formalizada recentemente, com a EDP e a Rondo Energy, para instalar uma bateria térmica de 100 MWh na Cervejeira de Vialonga, que combina energia solar, armazenamento térmico e eletrificação do calor para descarbonizar os processos industriais. Em operação em 2027, trata-se de um projeto pioneiro na indústria das bebidas em Portugal e de uma das maiores baterias térmicas instaladas a nível mundial.
No âmbito deste acordo, a Rondo Energy fornecerá a tecnologia da bateria térmica, enquanto a EDP fornecerá energia renovável a longo prazo através de um PPA e instalará uma central solar de 7 MWp, cuja energia será utilizada para carregar a bateria da Rondo, capaz de fornecer continuamente vapor de alta temperatura e livre de carbono à Cervejeira, através de um modelo “Heat-as-a-Service” — um dos primeiros grandes contratos deste género em Portugal.
“Cumprir a transição da energia térmica, em particular, exige um investimento significativo em inovação e a colaboração entre as nossas equipas e parceiros tecnológicos de referência e com elevada experiência. Estamos a ser pioneiros em Portugal na transformação do setor, contribuindo para acelerar a descarbonização, reforçar a resiliência e competitividade da indústria cervejeira no longo prazo”, reforça Julien Haex.
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