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O grupo português Alberto Oculista vai assumir o master franchise da Opticalia em Portugal, numa operação que dá origem à maior rede de óticas do país, com mais de 330 pontos de venda distribuídos pelo continente e ilhas.
O acordo, confirmado pelas duas empresas, combina a dimensão e o reconhecimento internacional da Opticalia com o forte enraizamento local e a experiência de gestão do grupo madeirense.
Segundo o Jornal de Negócios, o mercado ótico português está avaliado em 850 milhões de euros, com cerca de 2.290 lojas em operação. A fusão entre as duas redes cria um operador com escala nacional e um peso considerável num sector altamente competitivo e em crescimento, que avançou 6,9% em 2024, impulsionado pelo envelhecimento da população e por uma maior sensibilização para a saúde ocular.
Maior poder de negociação junto dos fornecedores
Fundada em 1984 no Funchal, a Alberto Oculista já operava cerca de 70 lojas próprias e outras 30 sob diferentes insígnias, como a Opticenter. A Opticalia, por sua vez, contava com aproximadamente 260 pontos de venda no país, fazendo parte de uma rede internacional presente em Espanha, Colômbia, Brasil e México.
A nova estrutura conjuga, segundo as empresas, “o dinamismo e a modernidade da Opticalia” com “a proximidade e o conhecimento do mercado português da Alberto Oculista”. A operação permitirá integrar uma oferta mais alargada de produtos e serviços, reforçar a componente digital e potenciar a experiência omnicanal, combinando loja física, aconselhamento técnico e presença online.
“O objetivo é oferecer um serviço mais completo e diferenciado, sustentado em tecnologia, experiência e confiança”, sublinha a administração da rede resultante.
Para além da sinergia comercial, a união deverá traduzir-se num maior poder de negociação com fornecedores e numa otimização logística significativa, num momento em que o sector enfrenta margens de rentabilidade cada vez mais estreitas e crescente pressão competitiva de redes internacionais.
Desafios e integração
Apesar do potencial, a integração das duas estruturas — uma de matriz portuguesa e outra de marca global — implicará desafios ao nível da gestão, da padronização de processos e da preservação da identidade de cada insígnia. O equilíbrio entre escala e serviço personalizado será determinante para o sucesso do projeto.
Analistas do sector sublinham que a operação reflete uma tendência mais ampla de consolidação do retalho especializado em Portugal, visível também nas áreas da perfumaria, saúde e ótica, e que responde à necessidade de ganhar dimensão, eficiência e visibilidade de marca num mercado cada vez mais digital e orientado para a conveniência.
A nova rede resulta de uma “operação de escala e visão estratégica”, que poderá redefinir o mapa da ótica em Portugal e servir de modelo para futuras parcerias no retalho especializado.
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