A edição de 2025 da Agroglobal, que decorreu de 9 a 11 de setembro, no CNEMA, em Santarém, confirmou o estatuto da maior feira agrícola profissional de Portugal. O evento contou com a participação de 290 empresas e recebeu mais de 25 mil visitantes ao longo de três dias, superando os números da edição de 2023 (22.500 visitantes).
Segundo o diretor-geral da feira, Paulo Fardilha, a adesão “foi bastante positiva, com mais empresas a reforçar presença e um público profissional mais diversificado”. O responsável destacou ainda que a feira está “cada vez mais internacionalizada, atraindo visitantes de vários continentes”.
Presença diversificada: agricultura, floresta e pecuária
A Agroglobal continua a afirmar-se como uma feira transversal ao sector agrícola. Este ano, reforçou a presença da floresta, área que tem vindo a crescer edição após edição, e contou, pela primeira vez, com empresas ligadas à pecuária.
“Não é fácil, mas começámos a envolver este sector, que tradicionalmente procura feiras em Espanha. Queremos que a Agroglobal seja também a casa da pecuária portuguesa”, explicou Paulo Fardilha.
Focada exclusivamente em profissionais, a Agroglobal destacou-se pelo investimento em inovação, tecnologia e sustentabilidade. “As novas tecnologias, a inteligência artificial e a robótica agrícola já estão presentes em força e são fundamentais para aumentar a produtividade e a rentabilidade, num contexto em que a agricultura enfrenta margens cada vez mais reduzidas”, sublinhou o diretor.
Entre os exemplos esteve a participação do INESC TEC, que apresentou soluções avançadas de robótica agrícola.
Feira ganha dimensão internacional
A edição de 2025 atraiu visitantes de Espanha, França, Angola, Brasil, Roménia e Ucrânia, reforçando a notoriedade internacional da feira. “Todos os anos recebemos novos contactos de diferentes partes do mundo. Desta vez tivemos, por exemplo, um grupo de 12 brasileiros que integrou a Agroglobal numa semana de turismo em Portugal e uma excursão de 50 franceses”, revelou Paulo Fardilha.
O responsável admite que o futuro poderá passar por um modelo ibérico, em parceria com Espanha: “O mercado é cada vez mais visto como ibérico e queremos trabalhar nesse sentido para tornar a Agroglobal uma feira de referência à escala internacional”.
Quinta da Alorna como palco das inovações
Uma das novidades desta edição foi a parceria com a Quinta da Alorna, que disponibilizou 80 hectares de exploração agrícola para demonstrações em contexto real.
“Não mostramos apenas parcelas de demonstração. São culturas em escala real, numa exploração agrícola de milhares de hectares, o que dá credibilidade às soluções apresentadas”, referiu o responsável.
Apesar do sucesso, Paulo Fardilha reconhece que a feira precisa de melhorar a projeção internacional através da comunicação. “Já lançámos um novo site e fizemos uma comunicação mais profissional, mas ainda é uma fragilidade. O próximo passo é ter uma equipa dedicada a esta área”, admitiu.
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