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A moda mantém-se como o maior ocupante de retalho na Europa

Cushman & Wakefield revela sectores de retalho que impulsionam o crescimento na Europa

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A moda continua a ser o sector de retalho dominante na Europa, representando 37% de toda a área arrendada no primeiro semestre de 2025, de acordo com uma nova análise da empresa de serviços imobiliários Cushman & Wakefield (C&W).

No seu mais recente relatório European Retail Radar, a empresa analisou as transações de arrendamento imobiliário em que esteve envolvida em toda a Europa, com o objetivo de oferecer uma visão representativa do panorama atual do retalho.

O sector de produtos mistos destacou-se como o segundo maior em número de transações, representando 24% da área arrendada e 17% das transações concluídas no primeiro semestre de 2025. Já os sectores de alimentação e bebidas (F&B) e de bens pessoais ocuparam conjuntamente a terceira posição, com cada um a representar 13% do total de transações realizadas no mesmo período.

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Sector da moda em destaque

O segmento de mercado de massa voltou a dominar a atividade no sector do retalho, representando cerca de 70% tanto da área arrendada como do número de negócios realizados entre janeiro e junho de 2025. Dentro deste segmento, os retalhistas de moda destacaram-se, sendo responsáveis por mais de um terço das transações. Entre as marcas mais ativas no primeiro semestre do ano encontram-se a Mango, várias insígnias do grupo Inditex — como a Zara e a Massimo Dutti —, bem como a Jack & Jones.

Paralelamente, o segmento de luxo registou um crescimento significativo, com o número de arrendamentos a aumentar mais de 50% face ao período homólogo de 2024. Os operadores de luxo estiveram particularmente ativos em Itália e no Reino Unido, com vários contratos também assinados em França e na República Checa.

Este dinamismo na indústria da moda poderá estar parcialmente associado aos elevados níveis de turismo registados em toda a Europa, que deverão atingir máximos históricos em 2025. Estima-se, inclusive, que o número de viajantes de longa distância ultrapasse, pela primeira vez desde o levantamento das restrições impostas pela pandemia, os níveis de chegadas observados em 2019.

 

Tendências do retalho no primeiro semestre de 2025

Os retalhistas de produtos mistos constituíram o segundo maior grupo de ocupantes em número de contratos de arrendamento (17%) e representaram quase um quarto (23%) da área total arrendada. Este segmento registou um crescimento expressivo, com um aumento de 55% na área arrendada e de 33% no número de transações face ao primeiro semestre de 2024. Marcas como Normal e Miniso mantiveram-se entre as mais ativas, enquanto o retalhista de artigos colecionáveis Pop Mart — conhecido pelas populares personagens Labubu — concretizou diversos arrendamentos ao longo do período.

O sector de alimentação e bebidas destacou-se como o terceiro maior em volume de transações, a par do sector de bens pessoais, com cada um a representar 13% do total de negócios realizados no primeiro semestre de 2025. O sector de F&B também foi responsável por 7% da área total arrendada. Os restaurantes casuais continuam a expandir-se, com especial destaque para as marcas especializadas em frango: a Wingstop mantém o seu crescimento no Reino Unido, enquanto a cadeia norte-americana Popeyes está a entrar em novos mercados europeus. Simultaneamente, observa-se uma crescente procura por opções saudáveis. Marcas de poke bowls como Hawaiian Poke e Poke House, bem como bares de saladas como Honest Greens e The Salad Project, estão a consolidar-se como escolhas populares para refeições rápidas, refletindo a crescente valorização do bem-estar e de hábitos alimentares mais equilibrados por parte dos consumidores.

O sector de casa e bricolagem também registou um desempenho robusto, com um aumento de quase 20% no número de contratos de arrendamento, representando 7% de todas as transações realizadas no primeiro semestre do ano. A área locada neste segmento cresceu 65% face ao mesmo período de 2024. Entre os retalhistas mais ativos destacam-se Plum’ Art, Søstrene Grene e Thun.

 

Evolução das rendas no retalho

O crescimento das rendas aumentou em todas as classes de ativos de retalho na Europa, com as ruas comerciais em toda a Europa a registarem o maior crescimento das rendas em termos homólogos (+4%) em comparação com os retail parks (+3,5%) e os centros comerciais (+1,9%). O crescimento das rendas tem sido particularmente forte nas ruas comerciais mais prestigiadas da Europa, onde o tráfego pedonal tem continuado a melhorar e os retalhistas competem para garantir localizações. Entretanto, os retail parks registaram novos recordes de rendas e as rendas dos centros comerciais quase voltaram aos níveis de 2018.

 

Perspetivas

Prevê-se que a confiança dos consumidores se mantenha relativamente estável até ao final de 2025. Apesar de persistirem algumas preocupações, a descida da inflação e a redução das taxas de juro deverão aliviar parte da pressão financeira sobre os agregados familiares. Ainda assim, o crescimento das despesas de consumo deverá manter-se moderado a curto e médio prazo, refletindo o impacto contínuo do custo de vida, as tensões geopolíticas e as incertezas económicas mais amplas.

Face a este contexto, os retalhistas estão a adaptar-se à realidade de um poder de compra mais contido, investindo em lojas emblemáticas que oferecem experiências memoráveis e diferenciadoras. A escolha estratégica dos imóveis torna-se cada vez mais crítica, com a concorrência por localizações prime a intensificar-se, dada a escassa disponibilidade de espaços de elevada qualidade.

João Esteves, diretor de retalho da Cushman & Wakefield em Portugal afirmou: “Também em Portugal, a estratégia imobiliária mantém-se como um elemento central para o sucesso no sector do retalho. O comércio de rua continuou a ser o formato predominante nas novas inaugurações, com a restauração a destacar-se ao representar 47% das novas unidades abertas no primeiro semestre de 2025. O segmento de lazer e cultura foi responsável por 17% das aberturas, enquanto a moda representou 9%, refletindo a crescente diversidade da oferta comercial. Não obstante, o formato de Retail Parks continua a sua trajetória de forte crescimento e o de Centros Comerciais tem vindo a demonstrar forte consolidação ao longo dos últimos anos.”

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Por Bárbara Sousa

I am a journalist and news editor with eight years of experience in
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