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Quinta do Quetzal celebra o Alentejo através da arte

Os rótulos da gama Arte inspiram-se em obras que habitam nesta herdade alentejana.

A Quinta do Quetzal, projeto vitivinícola nascido em 2001 na região da Vidigueira, propõe-se celebrar o Alentejo através da arte. E é nesse contexto que se insere o seu amais recente lançamento, o Quetzal Arte Tinto 2022, cujo rótulo foi desenhado pelo belga Kasper Bosmans com inspiração no mural “Under the Mountain”, que acolhe os visitantes no restaurante da quinta.

Foi o administrador da quinta, Reto Jörg, suíço a viver em Portugal há 25 anos, que, no evento de lançamento do novo vinho, enquadrou esta ligação do Quetzal à arte, afirmando que, tal como uma escultura ou uma pintura, fazer bom vinho é uma arte, tal como arte é a gastronomia, nomeadamente a servida no restaurante que se abre para as vinhas.

E deste entendimento nasceu um centro de arte, aberto em 2016, que todos os anos se propõe receber, pelo menos, duas exposições. Do mesmo modo nasceu a gama Arte, com curadoria da coproprietária da quinta, Aveline de Bruin. A primeira edição foi lançada em 2024, com a colaboração da artista Müge Yilmaz, autora de “A Deusa da Colheita, obra instalada na vinha. Trata-se do Arte Branco 2023, produzido a partir das castas Antão Vaz, Verdelho e Arinto, e do Arte Tinto 2021, um blend de Alicante Bouschet, Alfrocheiro e Syrah, sendo que ambos os rótulos são inspirados nessa peça.

A segunda edição acaba de ser lançada: embora da colheita de 2022, o Arte Tinto apresenta as mesmas castas, e, segundo o enólogo do projeto, José Portela, revela a expressão máximo do terroir da Serra do Mendro: As uvas foram colhidas em pequenas caixas, transportadas para a adega e arrefecidas. Depois de desengaçadas e esmagadas, a fermentação ocorreu em balseiro de carvalho francês, com quatro a cinco remontagens diárias de quinze minutos. E, após a fermentação alcoólica, o vinho estagiou doze meses em barricas de carvalho americano, e francês de segunda utilização. Este é um vinho que tanto pode ser consumido logo após a compra, ou ser guardado até cinco anos em local fresco ao abrigo da luz.”

A quinta – explicou – beneficia de um microclima privilegiado, com influência atlântica. Dias quentes e ensolarados e noites frescas permitem maturações lentas e equilibradas, preservando a acidez e realçando os aromas. Nesta vinha de altitude – entre os 100 e os 400 metros -, os solos de xisto, ricos em minerais, conferem aos vinhos frescura, mineralidade e alguma salinidade.

O projeto da Quinta do Quetzal começou em 2001, mas os primeiros anos foram de preparação para o conceito idealizado. Daí terem sido arrancados 21 hectares de vinha, pois as castas, brancas e tintas, encontravam-se todas misturadas. Em 2004, plantaram-se novas vinhas, com talhões dedicados a cada casta e orientações diferenciadas. Ao mesmo tempo, foram sendo adquiridas parcelas contíguas, até chegar aos atuais 50 hectares.

Em 2005 foi dado um novo passo, com a construção da adega: “Queríamos fazer diferente. Agora, fala-se muito em sustentabilidade, mas, na altura, pensamos logo nisso”, comenta o administrador, concretizando que a adega foi escavada na encosta, com as caves quase 20 metros abaixo do nível do solo. A vinificação é feita por gravidade, evitando o uso de bombas e reduzindo o impacto mecânico sobre as uvas.

Com produções que oscilam entre as quatro e as seis toneladas, dependendo da parcela, o foco inicial foi a exportação, mas, atualmente, o mercado nacional e o internacional estão equilibrados.

 

Por Fátima de Sousa

Jornalista, consultora editorial, criadora de conteúdos, autora e editora do site Farniente - farniente.pt.

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