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JD.com falha aquisição da Argos

Foto Ralf Liebhold/Shutterstock

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A Sainsbury’s reforçou a sua estratégia “Mais Argos, mais vezes” após encerrar sem acordo as negociações com a JD.com para a venda da insígnia.

As especulações sobre uma possível transação levaram a JD.com a comunicar que apenas estaria disposta a aceitar um conjunto de termos e compromissos “substancialmente revistos”, que, na sua visão, não beneficiariam acionistas, colaboradores e restantes partes interessadas da Sainsbury’s.

O fracasso nas conversações marca o segundo intento falhado da JD.com em adquirir um retalhista britânico de eletrónica nos últimos 18 meses. As conversas, iniciadas a 13 de setembro, sobre a possível venda da Argos Retail Group Limited, foram oficialmente encerradas pela Sainsbury’s.

 

O negócio da Argos sob a Sainsbury’s

A Argos é atualmente o segundo maior retalhista especializado no Reino Unido, com o terceiro site mais visitado do país e mais de 1.100 pontos de recolha.

A Sainsbury’s, que adquiriu a Argos em 2016 por 1,1 mil milhões de libras, está a aplicar medidas para expandir a gama, otimizar as capacidades digitais e aumentar a relevância, de forma a elevar a frequência de compra e o gasto médio, melhorando ao mesmo tempo a eficiência do modelo operacional.

Segundo a consultora Alpha Value, a Argos está avaliada em cerca de 1.618 milhões de euros.

 

Oportunidade estratégica para a Sainsbury’s

Para os analistas, a saída da Argos permitiria à Sainsbury’s três movimentos estratégicos: maior foco no retalho alimentar, convertendo os espaços da Argos em áreas de mercearia mais rentáveis; potencial aumento das margens operacionais em cerca de 40 pontos base entre 2024/2025 e maior correlação entre os lucros e o negócio alimentar, o que poderia justificar uma valorização bolsista superior.

Apesar do fim das negociações, a Argos registou boas vendas no verão, beneficiando de um clima favorável e apresentando no primeiro semestre resultados superiores aos de 2024.

 

JD.com de olho na Europa

Com as tensões comerciais entre a China e os Estados Unidos, a JD.com vê a Europa como um mercado prioritário. Recentemente, a empresa concluiu a aquisição da Ceconomy, grupo que detém a MediaMarkt, reforçando a sua presença no continente.

Ainda assim, o grupo chinês mantém interesse noutros ativos europeus: A Currys, líder no Reino Unido e nos países nórdicos, continua a ser considerada uma opção atrativa e complementar às operações da Ceconomy.

A Fnac-Darty é vista pelos analistas da Alpha Value como o “alvo natural” da JD.com em França, permitindo consolidar quota de mercado e ganhar liderança em categorias estratégicas de eletrónica e cultura.

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Por Carina Rodrigues

Responsável pela redacção da revista e site Grande Consumo.

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