A Amazon, em colaboração com a Water Environment Federation (WEF), o Water Center da Universidade da Pensilvânia e a rede internacional Leading Utilities of the World, anunciou a criação do Centro de Excelência Water-AI Nexus, uma iniciativa que promete redefinir a forma como a água é gerida no mundo. A apresentação decorreu durante a Climate Week NYC, o maior encontro anual sobre clima nos Estados Unidos, sublinhando a urgência do tema.
O novo centro trabalhará em duas frentes complementares:
- Água para a IA: garantir que as infraestruturas de inteligência artificial, como os centros de dados da AWS, utilizam a água de forma eficiente e sustentável.
- IA para a Água: aplicar algoritmos e plataformas de inteligência artificial — como o Amazon SageMaker — para enfrentar desafios como a escassez, a deteção de fugas e anomalias nas redes, ou a otimização dos processos de tratamento.
Ralph Erik Exton, diretor executivo da WEF, destacou a relevância da parceria: “as empresas de água enfrentam desafios sem precedentes devido às alterações climáticas e às infraestruturas envelhecidas. O Water-AI Nexus vai acelerar a inovação, conectando profissionais da água e especialistas em IA, para criar soluções que beneficiem as comunidades”.
Guia para centros de dados sustentáveis
Um dos primeiros resultados do projeto foi a publicação do guia “Princípios para o Uso Sustentável da Água por Data Centers”, que estabelece quatro recomendações-chave para operadores tecnológicos:
- Design e localização inteligentes, com análise do impacto ambiental;
- Otimização operacional, através de monitorização em tempo real e automação;
- Utilização de fontes hídricas sustentáveis, com recurso a tecnologias como AWS IoT;
- Reposição de água nas comunidades, como parte da responsabilidade social corporativa.
Segundo Beau Schilz, diretor da área da água na AWS, “a inovação responsável significa abordar a nossa pegada hídrica e, ao mesmo tempo, usar a tecnologia para resolver os desafios globais. Até 2030, queremos devolver às comunidades mais água do que utilizamos nos nossos centros de dados”.
Colaboração académica e empresarial
A academia também tem um papel central. Howard Neukrug, diretor do Water Center da Universidade da Pensilvânia, destacou que a iniciativa vai permitir “ligar a investigação, a prática e as políticas públicas, acelerando inovações que conciliam a gestão responsável da água com o avanço tecnológico”.
Já Christopher Gasson, fundador da Leading Utilities of the World, considera o Water-AI Nexus um “ponto de viragem”: “A interseção da gestão da água e da inteligência artificial representa tanto um enorme desafio como uma oportunidade sem precedentes.”
Impacto na Península Ibérica
Na Península Ibérica, a Amazon já deu sinais concretos deste compromisso. Em março, a empresa anunciou três projetos em Aragão, com um investimento de 17,2 milhões de euros, destinados a proteger 700 mil habitantes de Saragoça contra cheias, modernizar infraestruturas críticas e aplicar soluções de IA na agricultura para reduzir a pegada hídrica.
Paralelamente, empresas parceiras como a SPHERAG, em Espanha, já recorrem a inteligência artificial, machine learning e IoT da AWS para aumentar a eficiência da irrigação agrícola, provando o impacto prático da tecnologia no sector.
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