Oiça este artigo aqui:
O transporte marítimo confirma, em 2024, a sua posição central nas trocas comerciais internacionais da União Europeia (UE). De acordo com os dados recentemente divulgados pelo Eurostat, a UE importou 1,1 mil milhões de toneladas de mercadorias de países terceiros por via marítima, num valor total de 1,251 mil milhões de euros. No sentido oposto, as exportações europeias transportadas por mar atingiram 0,5 mil milhões de toneladas, correspondendo a 1,126 mil milhões de euros.
O mar foi, de longe, o principal canal de escoamento e receção de bens, representando 75,6% do peso total das importações e 73,7% das exportações extracomunitárias. Embora o predomínio seja mais expressivo em termos de volume, a importância do transporte marítimo dilui-se ligeiramente quando observamos o valor das mercadorias: neste indicador, o mar é responsável por 51,3% do valor das importações e 43,6% do valor das exportações.
Outros modos de transporte
O transporte ferroviário mantém um papel muito secundário, com apenas 3,1% das importações e 2,9% das exportações em termos de volume. Estes números descem ainda mais quando se olha para o valor das mercadorias, ficando nos 1,5% para importações e 1,3% para exportações. Esta diferença evidencia que, por ferrovia, circulam sobretudo bens de baixo valor acrescentado ou matérias-primas.
O transporte aéreo, por seu lado, assume uma posição inversa: tem um peso residual no volume total (0,2% das importações e 2,8% das exportações), mas revela-se determinante no valor das mercadorias, representando 18,3% do valor das importações e 27,1% do valor das exportações. Trata-se, pois, de um meio privilegiado para bens de elevado valor, como componentes tecnológicos, joias ou produtos farmacêuticos.
Já o transporte rodoviário, apesar de transportar apenas 5,8% das importações e 16,5% das exportações em volume, regista uma quota significativamente superior quando olhamos para o valor: 20,4% das importações e 24,0% das exportações. Este fenómeno reflete a utilização do camião para mercadorias de valor médio-alto, com especial incidência no comércio intraeuropeu, mas também com expressão nas trocas extracomunitárias.
Os números de 2024 evidenciam que o transporte marítimo continua a ser a espinha dorsal do comércio internacional da União Europeia, especialmente quando se trata de grandes volumes de mercadorias. Apesar do crescimento de outros modos de transporte, nomeadamente o aéreo para bens de elevado valor e o rodoviário para mercadorias de valor intermédio, o domínio dos mares permanece inquestionável. A aposta na modernização dos portos e na eficiência logística marítima revela-se, por isso, um fator estratégico para a competitividade e sustentabilidade das trocas comerciais europeias.
Siga-nos no: