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Apesar de dominar áreas como a pesquisa, publicidade e o ecossistema Android, a Google continua a enfrentar dificuldades no mercado de smartphones, ficando bastante atrás da concorrência. No ano passado, os dispositivos Pixel registaram um sério problema de fidelização, com 57% dos utilizadores a indicar intenção de mudar para outra marca. E as perspetivas para 2025 não são muito mais animadoras, com a quota de mercado da Google a ser largamente ultrapassada pela Apple e pela Samsung.
Segundo dados apresentados pela Jemlit.com, os smartphones da Google continuam com uma quota inferior a 5% em todos os principais mercados, sendo sete vezes inferior à da Apple e cinco vezes inferior à da Samsung.
Quota de mercado mais alta no Japão e no Canadá
Apesar dos esforços para conquistar parte da quota da Apple e da Samsung, a Google continua a ser um player de nicho no mercado dos smartphones, o que é surpreendente para uma empresa tecnológica da sua dimensão. Mesmo nove anos após o lançamento dos smartphones Pixel “made by Google”, a empresa ainda vende apenas uma fração dos dispositivos que concorrentes como a Samsung, Apple e Xiaomi colocam no mercado todos os anos.
A Google espera inverter este cenário com a 10.ª geração de smartphones Pixel – o Pixel 10, Pixel 10 Pro e Pixel 10 Pro XL – lançada no mês passado. Estes novos dispositivos contam com um potente chip Tensor G5, um sistema magnético semelhante ao MagSafe chamado Pixelsnap (que permite carregamento sem fios rápido com tecnologia Qi2) e várias funcionalidades de inteligência artificial integradas diretamente na interface. No entanto, estes avanços não alteram o facto de a Google continuar a ser um player marginal neste mercado, bastante atrás das principais marcas.
Os dados da Statista Consumer Insights ilustram bem a dimensão desse fosso.
Em média, menos de 5% dos utilizadores de smartphones nos principais mercados – incluindo os Estados Unidos, China, Índia, Reino Unido, Japão, Canadá, Alemanha, França e Espanha – usam um dispositivo Pixel como telemóvel principal. Em comparação, isso representa uma quota sete vezes inferior à média da Apple nestes países (35%) e cinco vezes inferior à da Samsung (26%).
Ainda assim, há diferenças significativas entre mercados. Os dados da Statista mostram que os telemóveis da Google são mais populares no Japão e no Canadá, onde são utilizados por cerca de 10% e 7% dos consumidores, respetivamente. Nos Estados Unidos e no Reino Unido, a quota ronda os 5%, enquanto na Alemanha e na Índia é de cerca de 4%. Espanha e Índia seguem com apenas 2% de quota de mercado.
Felizmente para os acionistas da Alphabet, a Google não depende das vendas de smartphones da mesma forma que a Apple. No segundo trimestre de 2025, o segmento operacional que inclui todos os produtos de hardware da Google, bem como o Google Play, as subscrições do YouTube e outros serviços, representou apenas 12% da receita total da Alphabet.
Utilizadores insatisfeitos
Um dos principais fatores que pode estar a limitar o sucesso da Google no mercado dos smartphones é a baixa fidelização dos seus utilizadores. No ano passado, a Statista inquiriu cerca de 10.000 utilizadores de smartphones nos Estados Unidos, um dos principais mercados da Google, e concluiu que mais de metade dos atuais utilizadores de dispositivos Pixel pretendem mudar de marca assim que tiverem oportunidade. Quando questionados sobre a probabilidade de mudarem para outra marca, 57% dos inquiridos disseram que era muito provável, o que aponta para potenciais perdas significativas na quota de mercado da Google.
Este problema de fidelização torna-se ainda mais evidente quando comparado com os concorrentes Apple e Samsung, que apresentaram cerca de 25% menos utilizadores insatisfeitos.
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