Lúcia Encarnação - fundadora da Cocktail Team
Lúcia Encarnação, fundadora da Cocktail Team
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Cocktail Team: 20 Anos a elevar o bartending a uma dimensão de arte

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Com uma abordagem 360 graus, a Cocktail Team celebra duas décadas de sucesso, marcadas pela inovação, formação e uma visão estratégica única. De eventos personalizados a aconselhamento empresarial e sustentabilidade, a empresa liderada por Lúcia Encarnação e Hugo Silva transforma o bartending numa verdadeira arte, adaptando-se às mudanças do mercado e estabelecendo-se como referência em Portugal e além-fronteiras. A fundadora da Cocktail Team revisita os principais 20 anos da empresa.

Grande Consumo – Como evoluiu a abordagem da empresa desde o início? Que mudanças estratégicas consideram que contribuíram mais para o vosso sucesso?

Lúcia Encarnação – Não nos cingimos a um único conceito de negócio. Temos uma visão 360 graus da empresa. Nesse sentido, somos capazes de responder a todas as necessidades e desafios que se levantam. Desde logo, de apresentar soluções para aqueles profissionais que querem potenciar a sua carreira, seja através de formação como barman ou barmaid, mas também no aconselhamento para o desenvolvimento de um projeto de raiz ou melhoria daquele espaço que é já seu.

Também promovemos formação junto de quem quer saber um pouco mais de cocktails, para todos os que de forma informal desejam mostrar as suas valências entre amigos ou familiares.

E, claro, temos um grande “know-how” em eventos, desde os mais despretensiosos até aos corporativos, casamento ou premium.

Ou seja, é exatamente esta estratégia alargada que contribui para estes 20 anos tão entusiasmantes. Somos uma empresa com valências para acompanhar todos os processos, e esse é nosso segredo. O sabermos como gerir um espaço, como dinamizá-lo, como dar-lhe as coordenadas certas para o sucesso. Ou, então, oferecermos as ferramentas, nem que seja para ter o prazer lúdico de beber algo de qualidade com quem mais gostamos de estar.

 

GC – Como têm acompanhado as mudanças no setor de bebidas e cocktails? Quais foram as principais adaptações para se manterem relevantes?

LE – Este é um setor que se encontra em constante evolução. Em Portugal, há duas décadas, fazer, por exemplo, o “flair” era visto como demasiado cinematográfico e sem expressão. Hoje, é um dos pontos altos de festas e eventos, as pessoas esperam por esse momento.

Há também maior sofisticação, o ato de beber tem um conjunto de rituais que cada vez mais são conhecidos e acompanhados.

Para nos mantermos relevantes, criamos tendências. Dou-lhe três exemplos. Cocktails personalizados? Começou por nós. Democratização do “flair”? Ninguém melhor para o fazer, do que a Cocktail Team e a qualidade dos seus profissionais. Aconselhamento empresarial? Ninguém o fazia, por ser uma área demasiado específica, mas abrimos portas e criámos uma dinâmica própria.

 

Somos uma empresa com valências para acompanhar todos os processos, e esse é nosso segredo. O sabermos como gerir um espaço, como dinamizá-lo, como dar-lhe as coordenadas certas para o sucesso. Ou, então, oferecermos as ferramentas, nem que seja para ter o prazer lúdico de beber algo de qualidade com quem mais gostamos de estar

 

GC – A sustentabilidade é uma área importante também no setor de bebidas? De que forma a Cocktail Team aborda esse tema nas suas operações?

LE – A sustentabilidade é um tema de primeira grandeza, em qualquer setor de atividade. Estamos cientes dos problemas ambientais que existem e dos desafios sociais que se encontram em constante debate e diálogo.

A Cocktail Team e o setor em geral não fogem à regra. Em especial no trabalho de aconselhamento empresarial, procuramos incutir em todos aqueles que nos procuram os cuidados essenciais para que implementem e desenvolvam um negócio sustentável, que não apenas a nível financeiro.

Por exemplo, como gerir os detritos de plástico e vidro, no final de um dia ou noite de trabalho. Como evitar decorar os espaços com materiais inflamáveis ou não recicláveis. A utilização de produtos reconhecidos por uma estratégia de sustentabilidade. Tudo isto é abordado e reforçado. E fazemo-lo também dentro de portas, nas nossas instalações e com os nossos materiais. Isto, pois pugnamos por promover junto dos nossos alunos, clientes e parceiros aquilo que primeiramente também experimentamos e fazemos.

 

GC – Com o mercado cada vez mais digital, qual o papel que a tecnologia tem desempenhado no vosso negócio? Consegue-se “digitalizar” esta arte?

LE – É uma arte demasiado humana para ser digital. Exige contacto direto com as pessoas, associa-se também um trabalho de Relações Públicas a toda esta função.

Claro, no aspeto mais formativo, se pensarmos na componente teórica, o que se verificou nos últimos anos é que é possível fazê-lo por via digital.

Mas é fundamental colocar as mãos na massa, sentir aquilo que é um bar, as bebidas, os objetos, como se colocam no balcão. Ou seja, uma série de aspetos que implicam, inevitavelmente, presença física no espaço.

 

GC – Que oportunidades emergentes veem para a Cocktail Team? Existem novas áreas ou tipos de eventos que gostariam de explorar?

LE – Os casamentos e os eventos premium são o nosso próximo passo. Estes 20 anos deram-nos um “know-how” e uma confiança que nos elevaram a patamares de qualidade na oferta de serviços que permitem essa aposta. E, assim, colocamo-nos à prova. Reforço o papel do “flair” nestes momentos. O bartending já não é uma simples função de preparar cocktails de grande qualidade, estética ou de palato. E, sejam os casamentos, porque exigem cada vez mais um espetáculo à parte, dentro daquilo que já uma celebração especial, sejam os eventos de alto nível, esses são agora o nosso espaço natural. 

As equipas da Cocktail Team são muito competentes, constituídas por profissionais com uma experiência e conhecimento do seu trabalho, como, creio, não existe em Portugal e, atrevo-me a dizer, pouco se encontra à escala global. E também por isso a crescente procura que temos sentido além-fronteiras.

 

GC – Como têm respondido à crescente procura por experiências de consumo mais personalizadas?

LE – Se não fomos vanguardistas na capacidade de oferecer experiências personalizadas, fomos, por certo, dos primeiros fazê-lo. E, agora, estamos garantidamente entre aqueles que melhor o fazem.

A possibilidade de prepararmos cocktails com os nomes dos aniversariantes ou noivos, com os logos das empresas ou menções alusivas ao momento que estamos a acompanhar, tem sido um dos aspetos que mais evoluiu. Não é só desenvolver o nosso trabalho, é dar-lhe aquele toque humano, que referi há pouco, aquele mimo que é sempre bom oferecer.

Estudamos muito bem os eventos para os quais somos contratados. Sabemos bem ao que vamos, a quem vamos, o que se pretende e o que poderemos fazer. É quase o nosso mantra, estarmos cientes de antemão de tudo aquilo que vai acontecer e deixar todos os presentes deveras agradados. Dificilmente algo deixa-nos mais satisfeitos do que ver o olhar de satisfação de quem em confiou nós.

 

Queremos ser vistos como inovadores e capazes de levar o bartending à dimensão de arte. E como tudo isso implica muito esforço, resiliência, capacidade de evolução, de ultrapassar barreiras e obstáculos. São 20 anos feitos de sacrifício, de quem sonhou e desenvolveu um projeto em nome próprio e ousou conquistar o seu espaço

 

GC – Há planos de expansão internacional ou novas parcerias que possam ser partilhados?

LE – Não é fácil exportarmos o nosso negócio. Existe toda uma parafernália logística que exige muito cuidado e atenção por parte das nossas equipas. Ou seja, a oferta completa dos serviços da Cocktail Team tem limitações geográficas impossíveis de mitigar.

Mas, e nesse caso estamos totalmente disponíveis, as nossas pessoas poderão estar em eventos fora do território continental. E digo território continental, pois mesmo nos arquipélagos da Madeira e Açores temos de responder a vários desafios no transporte dos materiais.

Agora, se tivermos propostas similares à que se verificou recentemente, um casamento numa unidade hoteleira do Funchal, organizado de raiz pela melhor “wedding planner” do mundo, de acordo com a Vogue, apenas teremos de enviar uma equipa especializada. E, nesse caso, poderemos fazer o nosso trabalho com a máxima qualidade.

Em suma, expansão internacional, não. Parcerias internacionais, claro, e já as temos desenvolvido, em especial no continente americano, onde o bartending e o “flair” são vistos de forma muito séria e profissional. Tal como nós também o vemos.

 

GC – Qual o legado que gostariam de deixar na indústria e que conselho dariam a novas empresas/profissionais que estão a entrar no setor?

LE – Queremos ser vistos como inovadores e capazes de levar o bartending à dimensão de arte. E como tudo isso implica muito esforço, resiliência, capacidade de evolução, de ultrapassar barreiras e obstáculos. São 20 anos feitos de sacrifício, de quem sonhou e desenvolveu um projeto em nome próprio e ousou conquistar o seu espaço.

É exatamente tudo isso que aconselhamos a quem quer entrar no setor. Capacidade de enfrentar os dilemas com que se vão deparar, humildade para aprender e evoluir, atenção às tendências e novidades, capacidade de inovar e antecipar. Se o fizerem, vão ser bem-sucedidos. E bem-vindos a este mercado tão intenso e extraordinário!

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Por Bruno Farias

Diretor na revista Grande Consumo. Um eterno sonhador, um resiliente trabalhador. Pai do Afonso e do José.

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