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Vendas do Grupo DIA em Portugal caem 3,3% nos primeiros 9 meses

Entre janeiro e setembro, as vendas brutas sob insígnia do Grupo DIA no mercado português caíram 3,3%, para os 619,3 milhões de euros. Em Espanha, a queda foi menor, situando-se nos 2,4%, para os 4.094 milhões de euros. 

Globalmente, este indicador contraiu 9%, nos primeiros nove meses deste ano, para os 6.949 milhões de euros. Esta queda, considerando os resultados em euros, ficou a dever-se, sobretudo, à forte depreciação da moeda na Argentina e Brasil. Excluindo o efeito das divisas, as vendas brutas sob insígnia aumentaram 2,6%, catalisadas pela subida de 11,3% nos mercados emergentes. 

De acordo com os resultados anunciados esta terça-feira, dia 30 de outubro, numa base comparável, as vendas do Grupo DIA registaram um aumento de 2,7% até setembro, com o mercado ibérico a contrair ligeiramente, cerca de 0,3%, e os emergentes a evoluírem 7,3%. O EBITDA ajustado caiu 24,1%, para os 281,1 milhões de euros (-23,2% excluindo o efeito das divisas). Na Península Ibérica, este indicador deteriorou-se 12,2%, para os 245,4 milhões de euros, e nos mercados emergentes reduziu 60,6%, para os 35,7 milhões de euros, devido, fundamentalmente, ao efeito da aplicação da norma IAS 29 na Argentina, cuja implementação teve um impacto negativo de 27 milhões de euros. 

Estes são os primeiros resultados anunciados sob a liderança de Antonio Coto, o novo conselheiro delegado do grupo, que em agosto substituiu Ricardo Currás. Apesar dos resultados negativos, o gestor está confiante na projeção da DIA no futuro, baseada na força da sua marca e na sua capacidade de conseguir margens acima da média do sector. Para lidar com as atuais dificuldades, destacou que a empresa colocará a ênfase numa gestão prudente do cash flow e na redução dos níveis de Capex no curto prazo. “Seremos muito mais disciplinados em cada euro que investirmos, tal como no seguimento e controlo dos retornos”, disse.

Nestes primeiros nove meses, o grupo investiu 269,1 milhões de euros, mais 23% que no período homólogo de 2017, dos quais 196 milhões de euros foram alocados ao mercado espanhol na remodelação das lojas de proximidade. No final de setembro, a dívida líquida situava-se nos 1.422 milhões de euros, o equivalente a 3,1 vezes o EBITDA ajustado dos últimos 12 meses.  “Vamos concentrar os nossos esforços em Espanha, nosso principal mercado, com um plano de mudanças operativas realista e restrito no curto prazo, para reverter a tendência atual. O nosso foco será a satisfação do cliente e a criação de dinheiro”, declarou Antonio Coto.

O gestor deixou claro que não antecipa nenhum detrimento do perfil de negócio, como resultado das medidas que se venham a adotar. Não obstante, em análise estão potenciais alternativas estratégicas para negócios não “core” como os dos cash & carries Max Descuento e das lojas Clarel. O objetivo da empresa é, claramente, o de consolidar a sua posição de liderança no mercado revendedor de alimentação em Espanha e os investimentos serão concentrados nos formatos que melhor permitem maximizar os retornos e o valor para o negócio, designadamente os conceitos DIA&Go e la Plaza, que registam crescimentos comparáveis superiores a 20% e 8%, respetivamente, e o online, que assinala um aumento de 30% nos 12 meses até setembro e uma quota de mercado de 10%. “Está na hora de olhar em frente. Quero impulsionar a DIA colocando toda a cadeia de valor ao serviço do cliente, para conhecer as suas preferências, os seus gostos e que encontrem nas nossas lojas produtos de qualidade ao melhor preço com um serviço esmerado”, sublinhou o conselheiro delegado.

Em Portugal, o Grupo DIA planeia seguir as iniciativas chave implementadas em Espanha, com um foco muito mais seletivo e restritivo nos investimentos. As aberturas de novas lojas e as grandes remodelações serão limitadas às áreas estratégicas e aos pontos de venda com maior potencial de crescimento.

Para o conjunto do exercício de 2018, o Grupo DIA reitera a janela dos 350 a 400 milhões de euros de EBITDA ajustado, comparativamente ao 586 milhões de euros de 2017, numa descida de 2,5% que deve-se à redução das vendas no mercado ibérico, onde foi implementado um conjunto de decisões que não produziram os resultados esperados, por  pouco adequadas às necessidades dos clientes atuais, em termos de oferta de produtos, serviços e marca própria. “Olhando para o futuro, quero construir um Grupo DIA totalmente focado nos clientes e que seja o cliente a marcar as nossas conversas daqui para a frente“, concluiu Antonio Coto.

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