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Surto do coronavírus ameaça cadeia de abastecimento global

Foto: Robert Wei / Shutterstock.com

Crescem as preocupações quanto ao potencial do surto do coronavírus na China vir a ameaçar o fluxo da cadeia de abastecimento global. São já mais de 6.100 os casos reportados de pessoas infetadas a nível mundial e as mortes ascendem a mais de 130, segundo os dados mais recentes reportados pelo South China Morning Post.

As autoridades chinesas já anunciaram que o feriado do ano novo lunar será ampliado por mais três dias, até 2 de fevereiro, numa tentativa para conter o vírus que teve como epicentro a cidade de Wuhan, um dos principais centros de produção e logísticos da China. Não obstante, alguns governos regionais, como o de Xangai, ampliaram ainda mais o feriado, até 9 de fevereiro, para todas as empresas consideradas não essenciais.

A ampliação do feriado e a proibição de viajar em Wuhan e noutras cidades afetadas irá inibir a reabertura das fábricas, segundo indica o Nikkei Asia Rewiew. Em Wuhan, uma cidade de 11 mil habitantes que se encontram, presentemente, de quarentena, existem cerca de 500 unidades de produção. Todos os voos para esta cidade, incluindo os de carga, foram cancelados e as operações no porto de Yangtze estão suspensas.

Na opinião de Michael Osterholm, diretor do centro de pesquisa sobre doenças infeciosas da Universidade do Minnesota, existe um verdadeiro potencial de disrupção nas cadeias de abastecimento a nível mundial, particularmente, na de produtos farmacêuticos. Em declarações à CNBC, o especialista alertou que “muitos dos produtos essenciais que usamos todos os dias, como medicamentos e dispositivos médicos, são efetivamente fabricados nas localidades da China sob quarentena. Trata-se de sistemas de entrega ‘just-in-time’, onde existem poucos stocks”.

David Jinks, responsável de pesquisa sobre consumo na ParcelHero, nota que, até ao momento, não têm existido atrasos significativos nas cargas de e para a China, mas a situação deverá alterar. Ao Retail Times, indicou que a China viu-se forçada a agir face às preocupações dos clientes nos seus principais mercados de exportação. “Por exemplo, o serviço de correio expresso chinês já confirmou que vai adiar a expedição das encomendas, de modo a proceder à desinfeção dos bens e outras medidas preventivas“.

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