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“Somos a solução com menos açúcar e com menos calorias do mercado”

A taxa sobre o açúcar, que entrou em vigor a dia 1 de fevereiro de 2017, obrigou o mercado de bebidas refrigerantes a adaptar-se a esta nova realidade. Contudo, ainda antes da introdução do imposto, já a Lipton vinha a reduzir a quantidade de açúcar nas suas bebidas, desde 2014, adaptando-se às novas exigências dos consumidores portugueses, cada vez mais preocupados com a saúde. Com esta mudança na receita, a Lipton reduziu o açúcar em mais de 30%, ficando atualmente nos 4,5 gramas por 100 mililitros. Uma alteração que se deveu à introdução da stevia em substituição do açúcar. A Grande Consumo falou com Sónia Pargana, Marketing Manager da Lipton, que explicou como a marca tem trabalhado para se tornar na opção mais equilibrada para os consumidores.

A presença do açúcar na maior parte da alimentação, nomeadamente em bebidas refrigerantes, é um tema que tem sido bastante discutido em Portugal. É certo que, com a aplicação de taxas associadas a este ingrediente, a grande maioria das empresas do sector teve que se adaptar a esta condição. No entanto, há vários anos que a Lipton tem vindo a fazer um trabalho de redução, quer do açúcar, quer das calorias, no sentido de oferecer produtos cada vez mais equilibrados para o consumidor e de responder às tendências do mercado. “Faz parte da nossa forma de estar no mercado reduzir o açúcar e as calorias e ter propostas cada vez mais equilibradas, para ir ao encontro daquilo que o consumidor procura. Em 2013, assumimos um compromisso de, até 2020, reduzir a percentagem de açúcar e de calorias dos nossos produtos em 25%, quando ainda estávamos longe de saber que ia haver um imposto ou que se falaria disto. Mas 2014 foi o grande ano em termos da redução do açúcar e das calorias, porque foi quando introduzimos, pela primeira vez, stevia nos nossos produtos, que é o único adoçante natural aprovado pela Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar”, explica Sónia Pargana, Marketing Manager da Lipton.

Assim, quando a chamada Fat Tax entrou em vigor, no ano passado, já a Lipton estava preparada. “Quando o imposto foi criado, no ano passado, até já nos encontrávamos acima do compromisso que estabelecemos em 2013. Tínhamos o compromisso geral de reduzir o açúcar em 25% até 2020 e, no caso do Lipton Ice Tea ‘core’ (os sabores tradicionais de limão, pêssego e manga), já reduzimos 36%”, acrescenta.

Esta estratégia foi mantida também no lançamento da segunda gama de Lipton – Chá Verde (com os sabores limão, jasmim e líchia e hortelã lima) -, que foi introduzida em 2017. A premissa é a mesma: ir ao encontro do que o consumidor procura. “O chá continua a ser a nossa base, mas agora é chá verde, que tem associado a si uma série de benefícios, como propriedades mais antioxidantes, de emagrecimento, de bem-estar, de aceleração do metabolismo, que são mais numerosas do que as do próprio chá preto”, afirma.

Sabor
Atualmente, o Lipton Ice Tea é uma bebida baixa em calorias e aquela que contém menos açúcar no mercado, com exceção das bebidas “zero” e da água, ficando nos 4,5 gramas por 100 mililitros. Mas o sabor característico da marca manteve-se e o ingrediente “mágico” foi a stevia, diz Sónia Pargana.

A marca pertencente ao portfólio da Unilever Jerónimo Martins foi a primeira em Portugal a introduzir este ingrediente nas suas bebidas, no sentido de adoçar os produtos sem alterar o sabor base. Este ingrediente é proveniente de uma planta originária da América Central e do Sul. Usada há séculos por indígenas locais, é cultivada em países como o Paraguai e México, mas também no Japão, Malásia, Coreia do Sul e China, sendo esta última a maior produtora do mundo. As propriedades açucaradas provêm de glicosídeos de steviol, extraídos das folhas da planta, e têm um sabor até 300 vezes mais doce que o açúcar, embora não forneçam calorias. “É o único adoçante de origem natural, sendo que também é o único, hoje, que é aprovado pela Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar. É perfeitamente seguro para diabéticos, hipertensos, grávidas e crianças”, explica a responsável, salientando ainda que os consumidores portugueses não querem abdicar do sabor no momento de escolher a solução mais equilibrada. “A stevia é uma planta que permite manter todo o sabor das bebidas e dos alimentos em que é introduzida. Foi isso que fez com que conseguíssemos manter o sabor original da Lipton, sendo que os consumidores não notaram qualquer tipo de diferença. E o açúcar reduziu-se substancialmente através desta substituição por este adoçante natural, sem dar às bebidas um sabor artificial”.

Rótulo nutricional
Ainda assim, a categoria das bebidas refrigerantes continua a ser percecionada como fonte de grande quantidade do açúcar ingerido e, consequentemente, como principal causadora de diversos problemas de saúde, como doenças cardíacas e o aumento do risco de diabetes tipo 2. No entanto, os estudos indicam que só 2% da ingestão calórica vem das bebidas, defende Sónia Pargana, por isso, “cabe às marcas e cabe-nos a nós, como líderes de mercado que somos, educar as pessoas e incentivá-las a procurar ter acesso à melhor informação possível”, de forma a livrar a categoria deste estigma.

A responsável é apologista de uma leitura e análise da informação nutricional presente nos rótulos por parte dos consumidores. Afinal, só assim se conhece a real, e atual, quantidade de açúcar presente nas bebidas comerciais. “Queremos que as pessoas consultem rótulos, porque o rótulo diz tudo. Sabemos que os consumidores muitas vezes não sabem ler os rótulos, se bem que, hoje em dia, a informação já está muito simplificada. A informação no rótulo é muito acessível para que consigam perceber, pelo menos, aqueles indicadores mais críticos, como a questão do açúcar, das calorias e dos hidratos de carbono. Incentivamos a consulta dos rótulos porque, a partir do momento em que isso acontece, consegue-se logo ter acesso a um comparativo entre os vários produtos, perceber qual a solução mais equilibrada e decidir de forma informada. Por exemplo, julga-se que os ice teas são as bebidas com mais açúcar do mercado quando, na verdade, são as bebidas com menos deste ingrediente, exceto a água e as bebidas ‘zero’ e ‘light’, que não têm açúcar, mas têm adoçantes artificiais e outros elementos que podem não ser tão benéficos para a saúde”, declara.

A Lipton apresenta-se, assim, como “a solução com menos açúcar e com menos calorias do mercado”, uma asserção que a marca desafia os consumidores a confirmar.

Este artigo foi publicado na edição n.º 49 da Grande Consumo. Veja aqui o vídeo da entrevista:

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