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Seniores, o target do futuro

Foto Shutterstock

Na última década, quase mil milhões de euros nas categorias de bens de grande consumo mudaram de mãos no mercado português, ao passar das famílias com filhos para os reformados.

De acordo com o estudo “Marcas + Consumidores”, feito pela Kantar para a Centromarca, o rendimento dos seniores cresceu em termos relativos muito mais do que no resto da população portuguesa, o que, unido à diminuição do número de pessoas que compõem os agregados familiares, faz com que o seu gasto per capita em bens de grande consumo seja quase o dobro do que nos lares com quatro ou mais integrantes.

Os seniores apresentam um crescimento para 22%, na última década, sendo mesmo o segmento mais numeroso, comparativamente aos 17% dos Millennials. Nesse sentido, mostrarão ser o segmento mais dinâmico, prevendo-se que atinjam mais de um terço da população em menos de três décadas. “Quando pensamos em targets do futuro, temos tendência para pensar nas gerações mais jovens. Porém, o grupo de maior crescimento populacional são os maiores de 65 anos ou seniores. Este grupo passou de representar 7% da população em 1950 para 18% em 2008. Na última década, o ritmo de crescimento deste grupo dobrou até atingir 22% da população portuguesa”, explica Marta Santos, Manufacturers Sector Director da Kantar. “A outra face da moeda são as famílias com filhos, que nestes 10 anos deixaram de representar a maioria e passaram a ser menos de 45% da população”, acrescenta Marta Santos.

Para a responsável, a conjugação de 54% da população em lares até dois integrantes, juntamente com a fragmentação do consumo, requer uma adequação do sortido que responda a esta nova realidade. Em termos de consumo, a saúde determina grande parte das escolhas dos seniores. Sustentabilidade, origem dos produtos e naturalidade estão entre as maiores preocupações do consumidor sénior e marcam as tendências no grande consumo. “Quer os fabricantes, quer os distribuidores terão que dar uma crescente atenção a esta alteração da pirâmide demográfica, sem nunca perder de vista os diferentes segmentos de consumidores e as suas especificidades ao nível de preferências ou de processo de compra. Mas isso não invalida que o segmento sénior deva merecer um foco especial a nível de produtos, de espaços ou de comunicação”, defende Pedro Pimentel, diretor geral da Centromarca.

No ano passado, os seniores foram responsáveis por 21% dos gastos em produtos de consumo, uma subida face aos 12% registados em 2007. “Uma compra alicerçada na ajuda a outros lares”, nota Pedro Pimentel, já que cerca de 14%, a que o estudo designa de Avós para Todos, além das compras para casa, faz compras para ajudar os filhos e netos. Este segmento apresenta o maior gasto anual em produtos de grande consumo, cerca de 2.782 euros.

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