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Savills prevê diversificação das cadeias de abastecimento dos mercados globais de logística

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Foto Shutterstock

A disrupção associada à Covid-19 desafiou a resiliência no abastecimento da produção em todo o mundo e deverá acelerar uma tendência no sentido das cadeias de fornecimento regionais e de “nearshoring”. De acordo com a consultora imobiliária internacional Savills, a criação de locais de produção alternativos tem o potencial de alterar os fluxos comerciais e, por sua vez, trazer mudanças na dinâmica do mercado industrial e de logística global.

A Savills identificou o potencial de “nearshoring” da produção de países que são grandes mercados de consumo ou que estão localizados na proximidade imediata de um destes mercados. O Índice de Nearshoring da Savills classifica os países de acordo com os seus custos de mão-de-obra industrial, custos de eletricidade e de infraestruturas e a abertura do comércio. “Veremos as indústrias a aproximarem as unidades produtivas e respetivas cadeias de abastecimento para a proximidade dos mercados de destino de consumo. Este movimento de relocalização será amplificado no futuro pelos desenvolvimentos tecnológicos, que possibilitam e possibilitarão aos agentes económicos aumentar significativamente as suas eficiências produtivas. Isto é, a função de produção de todos os intervenientes das cadeias de abastecimento irá ajustar a proporcionalidade de ‘inputs’ de trabalho e de capital de modo a que a racionalidade, competitividade e viabilidade económica perdurem“, comenta Pedro Figueiras, Associate Director do Departamento Industrial & Logistics da Savills Portugal. “Posto isto, esta deslocalização trar-nos-á fábricas e operações logísticas mais automatizadas, bem como cadeias de abastecimento até ao consumidor mais conectadas. Esta nova realidade implicará menos fator trabalho, embora obrigue a maior qualificação, enquanto aumenta a preponderância do fator capital, significando, portanto, maiores níveis de investimento nas unidades produtivas e logísticas”.

 

Índice de Nearshoring da Savills

O Vietname apresenta o índice mais elevado, beneficiando dos baixos custos de mão-de-obra e de eletricidade, bem como de uma base de produção que já se encontrava em rápido crescimento. Os centros regionais de baixo custo que constituem alternativas à China, na região da Ásia Pacífico, incluem a Indonésia (3.º lugar) e a Tailândia (7.º lugar), onde os custos da mão-de-obra são menos de metade dos da China.

Portugal posiciona-se como o quinto país mais atrativo da União Europeia e o mais atrativo da Zona Euro, sendo um fator diferenciador na atração de investimento estrangeiro direto, não só pela união económica em que se insere, como também pela união monetária a que pertence. São vários os centros de excelência globais em Portugal, das mais variadas multinacionais, o que distingue o país globalmente com a criação de alguns “clusters” industriais que tornam o “Made in Portugal” atrativo, colocando-o numa posição privilegiada para ser um dos grandes recetores do movimento de “nearshoring” e consequente vaga de investimento.

Como sublinha Pedro Figueiras, “todo este movimento impactará necessariamente o panorama do imobiliário no que concerne a indústria e logística, com um incremento da procura por área com especificação industrial, o que, através do aumento da capacidade produtiva em solo nacional, levará a necessidade logística a acompanhar o referido movimento. Se adicionarmos o impacto do e-commerce, a pressão no mercado será ainda maior dadas as baixas taxas de ‘vacancy’ que se verificam hoje. No que à logística concerne, é importante acrescentar que tanto o movimento do ‘nearshoring’ como as necessidades decorrentes do crescimento do e-commerce irão aumentar significativamente a importância da localização dos imóveis, pelo que, para que a viabilidade das operações impere, irá obrigar a um maior nível de automatização e robotização das operações logísticas”.

A nível da Europa, o índice da Savills sugere que os países com maior potencial de “nearshoring” estão concentrados na Europa de Leste, graças a custos de produção mais baixos e a ligações rodoviárias e ferroviárias diretas aos principais mercados de consumo da Europa Ocidental.

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