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Quem mais beneficiou com o confinamento em Portugal?

Foto Shutterstock

Perante o surto de Covid-19 e o confinamento decorrente do mesmo, sentiram-se fortes alterações nos padrões de procura e consumo dos portugueses e, de acordo com a SIBS, registou-se um aumento de 18% no valor médio das transações online durante o período do estado de emergência. Estima-se, em simultâneo, que o e-commerce tenha crescido em 40% a 60% com o confinamento.

O mercado da contratação de serviços online não passou despercebido aos consumidores e, de 22 de março a 2 de maio (período do estado de emergência), registou-se, na plataforma Fixando, um crescimento médio na procura de serviços de 120%, com um aumento médio estimado do valor total de transações em, pelo menos, 75 mil euros quando comparado com o período homólogo do ano anterior.

Enquanto se verificou uma quebra, na ordem dos 90%, em serviços relacionados com eventos (que em valor de transação estimado significa perdas mínimas de 370 mil euros no sector), os serviços relacionados com a casa conseguiram aumentar o seu nível médio de transação, resultando num aumento do valor total de, pelo menos, 875 mil euros.

 

Serviços mais procurados

Serviços de entregas, tratamento de animais ao domicílio, reparação de eletrodomésticos e equipamentos eletrónicos e serviços de melhoria da habitação foram os mais procurados pelos portugueses neste período de confinamento.

É possível observar que o valor médio foi influenciado pela procura, como é o caso das entregas, onde o valor médio de transação se situava nos 18 euros, em 2019, e que, durante o período de confinamento, subiu para os 44 euros. Mas também pelos novos modelos de negócio que surgiram com o isolamento foram fator de influência, destacando-se o treino para cães, cujo valor médio por pack de aulas se situava nos 196 euros, em 2019, e que baixou para 20 euros, em 2020, tornando a transação mais comum as aulas unitárias e não os packs, principalmente devido à adaptação dos profissionais – e consequentemente dos consumidores – a uma nova realidade, onde estes treinos são dados via web e os pacotes de aulas são substituídos por sessões individuais. O mesmo se verifica, por exemplo, para as aulas de guitarra.

 

Padrões de consumo e de vida

Já no que diz respeito ao desconfinamento, registou-se um crescimento exponencial na procura de serviços nos primeiros dias e que se tem vindo a manter-se até à data. Os portugueses estão, agora, não só a procurar os serviços que adiaram devido ao isolamento, mas também a mudar os seus padrões de consumo e de vida, na medida em que procuram, cada vez mais, serviços que permitam aumentar o conforto das suas casas e a sua qualidade de vida.

A Fixando destaca os solicitadores, com um crescimento de 1.100%, e o aconselhamento matrimonial, com um crescimento de 667%. No que diz respeito às categorias mais procuradas, sublinha-se a certificação energética de edifícios, que revela um retorno à normalidade, a limpeza da casa (serviço recorrente) e o hotel para cães, demonstrando um sinal quanto às férias de verão para 2020.

 

Mudanças de hábitos

O confinamento fez também com que muitos profissionais alterassem os seus hábitos de trabalho: para uns, bastou a transição para o digital, contudo, para outros, a única alternativa foi a reinvenção do seu trabalho, experimentando outras áreas e indo em busca de soluções que lhes permitissem manter os seus rendimentos.

A plataforma registou um aumento de 940% dos profissionais na área das entregas de refeições (resultado da adaptação das empresas de catering e restaurantes), de 790% nos serviços de estafetas (visto ser uma área onde não é necessária uma formação exaustiva e onde é fácil aferir rapidamente bons rendimentos), de 620% nas áreas de coaching pessoal e de bem-estar e de 490% em diversas categorias ligadas à área do ensino (aulas de português, explicações de história, entre outras).

Com base na nossa experiência, enquanto plataforma, acreditamos que, nos próximos meses, iremos continuar a assistir a um crescimento exponencial na procura de serviços que foram adiados devido ao confinamento, atingindo os valores pré-confinamento dentro de três a quatro meses. No que diz respeito aos profissionais, estimamos que, à exceção dos profissionais de eventos, cerca de 80% já tenham regressado ao ativo, ainda que com um volume de negócios mensal inferior ao período homólogo de 2020”, pode ler-se no comunicado.

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