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Que perspetivas para o comércio eletrónico no alimentar?

O comércio eletrónico representa um décimo do mercado global de retalho, avaliado em 28 biliões de dólares (24,16 biliões de euros).

De acordo com um estudo da Nielsen, as vendas mundiais de Fast Moving Consumer Goods (FMCG), quer online quer offline, atingem os quatro biliões de dólares (3,45 biliões de euros), crescendo a uma taxa de 4% e continuando a dar sinais de desaceleração nos mercados desenvolvidos.

Por outro lado, o retalho online deverá crescer 20% ao ano para atingir este montante em 2020. Valor que representa um adicional de 2,1 biliões de dólares (1,81 biliões de euros) ao longo dos próximos quatro anos, comparativamente com os 0,7 biliões de dólares (0,6 biliões de euros) no segmento FMCG. Este cenário levanta a questão se as marcas e os retalhistas estão a tratar o comércio eletrónico como uma maior oportunidade de crescimento para o mercado de FMCG.

Comparativamente com sectores como a moda ou a eletrónica de consumo, muitas das categorias de grande consumo ainda estão numa fase inicial da sua evolução no e-commerce e, de um modo muito particular, o alimentar. Consequentemente, mesmo em alguns dos mercados mais desenvolvidos, como o norte-americano, o alimentar irá, de acordo com a Nielsen, registar crescimentos significativos no online. Apesar de 23% dos “shoppers” norte-americanos já comprarem a sua mercearia online, esta percentagem deverá mais do que triplicar em menos de uma década.

Segundo a Nielsen, a perspetiva do retalho online igualar, em dimensão, a indústria de FMCG, representa uma mudança drástica nos hábitos de consumo. Qualquer estratégia que não equaciona o comércio eletrónico irá prescindir de uma grande oportunidade de crescimento.

Existe uma correlação entre a posse de smartphone e o e-commerce, mas não é o suficiente para que este canal se desenvolva fortemente. No que concerne o alimentar, a oferta é mais importante que a procura. Por exemplo, no Reino Unido, os consumidores já estão habituados a comprar mercearia online devido a dois operadores que desde cedo começaram a desenhar este mercado, a Tesco e a Ocado. Comparativamente, a Índia, que é um país onde existe uma elevada taxa de penetração de smartphones, está no lado oposto.

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