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Proximidade e experiências únicas: a chave para o futuro dos centros comerciais

Helda Silva, diretora do Centro Comercial Fonte Nova

O consumidor já não é o que era. Mais exigente e atento às novidades, o consumidor de hoje obriga a uma rápida adaptação e resposta das marcas e espaços de retalho. O surgimento de novas tendências é constante e vivemos num ritmo de mudança permanente. O maior dinamismo é sentido logo a partir de uma pergunta simples. Afinal, como é que cada um escolhe a sua próxima compra? Será no centro comercial mais próximo? Através do smartphone ou computador? Numa loja de rua? Algo é certo, é necessário existir uma adaptação para ficar a par destas novas tendências.

A variedade é imensa e a oferta ainda maior e tal também é patente em Portugal, quando falamos em centros comerciais, que proliferaram nas últimas décadas no nosso país. Contudo, esta é uma realidade que parece estar a mudar. Na verdade, é esperado que o número de novos centros comerciais diminua nos próximos anos e que, em vez disso, sejam mais frequentes as renovações, as remodelações e os rebrandings dos centros comerciais já existentes. Pedro Teixeira, secretário-geral da Associação Portuguesa de Centros Comerciais (APCC), já admitiu mesmo que, a par disto, vai começar a notar-se o aparecimento de novos formatos: centros comerciais mais pequenos, de conveniência, orientados para os moradores de determinadas zonas.

A transformação do sector aconteceu, em grande parte, devido ao crescimento do comércio eletrónico. Segundo dados do Global Web Index, 47% dos utilizadores portugueses de Internet entre os 16 e os 64 anos tinham comprado, no final do terceiro trimestre de 2019, um produto online no mês anterior, sendo que 30% o tinha feito via mobile. O mundo digital está a impactar a forma como os consumidores escolhem e compram os seus produtos ou serviços, sendo que há cada vez mais pessoas a usar as redes sociais para pesquisar novos produtos.

De facto, assistimos a novas tendências dos consumidores no que diz respeito às suas experiências de compra em loja. Hoje em dia, os consumidores esperam mais do que simples transações e preferem, cada vez mais, centros comerciais que sejam também locais de vivências e experiências que não são possíveis online. Neste sentido, um estudo de retalho conduzido pela National Retail Federation concluiu que perto de metade dos consumidores esteve presente em, pelo menos, um evento de retalho no ano de 2018 e este valor sobe para dois terços entre consumidores Millennials. Entre os tipos de eventos de retalho, os mais populares foram o acesso antecipado a novos produtos ou promoções, testes de produtos ou tutoriais e lojas pop-up. Quanto aos seus hábitos de consumo, os consumidores procuram cada vez mais oferecer experiências, desde dias no spa a aulas de cozinha. Mais de um terço das pessoas que oferecem experiências disseram que encontraram inspiração diretamente nas lojas e que procuram aquilo que é gratuito, já proporcionado pelos espaços de retalho e pensado diretamente para os visitantes.

Os centros comerciais precisam, por isso, de se adaptar. E o caminho pode passar por transformar este local, que os portugueses tanto visitam e apreciam, de um destino de mero consumo para um ponto de socialização, com espaços de lazer e experiências diferenciadoras de compra. Desta forma, os visitantes passarão a procurar o centro comercial não apenas para uma compra rápida, mas também para usufruir de um espaço em que podem viver momentos especiais com amigos ou familiares. Também o Fonte Nova está adaptado aos novos tempos e novos consumidores, com um grande carácter de proximidade e de renovação. Porque é aqui onde tudo acontece.

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