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Portugueses mantêm tradição em Páscoa de quarentena 

A sexta edição do Barómetro semanal da Nielsen sobre o impacto da pandemia coincide com a semana de celebração da Páscoa. Nesta semana 15 (6 a 12 de abril), as vendas de produtos de Fast Moving Consumer Goods (FMCG) rondam os 181 milhões de euros, um crescimento de 9% face ao período homólogo e uma estabilização do consumo comparativamente à semana anterior.

Este período, associado a uma das celebrações religiosas e datas do calendário familiar mais significativas para os portugueses, foi marcado pelo impacto das medidas restritivas integradas no estado de emergência nacional, nomeadamente o controlo da circulação, que trouxeram consigo alterações às rotinas habituais desta época. Potenciadas pelo confinamento em casa, as vendas em contexto online mantêm-se com crescimentos muito elevados. Nesta semana, o número de ocasiões de compra online cresceu 110% e aumentou 128% em novos lares.

Mesa da Páscoa impulsiona consumo

O facto de se encontrarem em quarentena não parece ter impedido os portugueses de terem à sua mesa os produtos e pratos imprescindíveis nesta época do ano, motivando o crescimento das categorias de alimentação (+13%), bebidas (+8%) e frescos (+1%).

A confeitaria e doçaria (+14%) entrou nesta semana para o ranking das categorias que mais crescem na alimentação, as bebidas alcoólicas e as cervejas/sidras/panaches registaram ambas um incremento de 18% e os legumes e o talho, especialmente a carne de ovino/caprino (+83%), destacaram-se entre os frescos, dando a entender que as refeições em casa terão tido mais expressão e comprovando que os consumidores mantiveram a tradição à mesa. “As tendências analisadas demonstram que, apesar da situação inédita em que nos encontramos, os portugueses não deixaram passar ao lado uma das mais relevantes datas no calendário, seja pela sua conotação religiosa, seja pelo usual reencontro proporcionado às famílias em redor de uma mesa partilhada. Esta tentativa para assegurar a normalidade possível e a continuidade de tradições no contexto da pandemia e do confinamento conduziu a um notório aumento em determinados segmentos alimentares, motivado pela procura dos produtos de sempre. Salta à vista a tendência entre os consumidores para não abandonarem os produtos a que estão habituados, mesmo no decorrer de um enorme desafio como é o atual, e, por isso, parece estar assegurado o papel a um conjunto de categorias que se encontram intimamente relacionadas com valores centrais como a família e a partilha”, explica Marta Teotónio Pereira, Client Consultant Senior da Nielsen.

 

Armazenamento conduz a perda em higiene pessoal e do lar

Esta semana registou uma quebra de 5% na categoria de higiene pessoal e do lar, conduzido pelo decréscimo de muitas categorias, devido ao facto das pessoas se encontrarem em casa, mas também proporcionada pelo armazenamento já realizado em semanas anteriores.

Uma tendência que se encontra refletida na diminuição entre o papel higiénico (-13%) e os produtos para a roupa (-13%), por exemplo, que haviam contado com aumentos em semanas anteriores.

 

Marca própria entra em quebra

Se a marca própria vinha a conquistar peso, mais claramente desde a semana 11, momento em que os portugueses prepararam a sua despensa para “enfrentar” a permanência em casa, a semana 15 aponta uma inversão desta tendência, reduzindo-se a sua importância face à semana anterior (31,7% versus 33,2%).

Já a tendência promocional afirmou-se positiva devido ao ganho de importância do folheto, que, depois do mínimo registado na semana 13m parece estar agora a ganhar novamente expressão.

 

Dinâmicas alinham-se no contexto europeu

Após uma semana em que as dinâmicas no contexto europeu apresentaram distintas realidades de resposta à pandemia, nesta semana 15 parece verificar-se um alinhamento quanto a este indicador. Portugal, Espanha, Itália, França e Reino Unido mostraram crescimentos face à semana anterior, evidenciando um aumento generalizado do consumo num período tradicionalmente marcado por um clima de celebração.

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