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Portugueses adotam consumo mais económico e racional

À terceira edição do barómetro semanal da Nielsen sobre o impacto da pandemia Covid-19 no consumo, assistiu-se à declaração do estado de emergência e ao encerramento das escolas, o que levou a que as famílias permanecem em casa e a uma consequente desaceleração das vendas.

O crescimento de 16 a 22 de março, face ao período homólogo, é de 7%, num desacelaramento considerável comparativamente à semana anterior (+65%). Portugal não foi caso único neste desaceleramento, sendo esta uma tendência visível noutros países, nomeadamente em Espanha.

Em Portugal, este período teve início com a informação dramática da primeira morte por Covid-19, também marcado pela imposição de restrições à movimentação, através do controlo das fronteiras terrestres e ligações aéreas, e pelo encerramento de estabelecimentos comerciais considerados não essenciais.

Com a declaração do estado de emergência em Portugal, impondo saídas restritas à rua, o consumo dos portugueses tornou-se mais económico e racional. Como explica Marta Teotónio Pereira, Client Consultant Senior da Nielsen, esta é uma realidade “que poderá também vir a ser impactada pela evolução das condições financeiras dos portugueses. Depois de passada esta fase em que os portugueses prepararam a vida para a quarentena, é natural que procurem agora tornar a vida em casa mais suportável. Haverá, por isso, alguns produtos menos essenciais que podem vir a apresentar crescimentos, como, por exemplo, algumas categorias de bebidas. Até mesmo alguns produtos de beleza poderão ter também um lugar de maior destaque em casa, nesta fase em que não podemos sair (por exemplo, para idas ao cabeleireiro).  A evolução da composição da cesta de quarentena tem, portanto, uma parte experiencial e outra emocional e há aqui uma oportunidade para fabricantes e retalhistas atingirem vendas incrementais”.

 

Resposta à quarentena 

Na alimentação, no período em análise, foram os produtos de longa conservação que registaram os maiores crescimentos, com destaque para as conservas (+79%) e os produtos básicos (+68%). Lisboa e Setúbal destacaram-se com crescimentos muito elevados nestas categorias, com valores de mais 89% e mais 74% para conservas e mais 75% e mais 65% para produtos básicos, respetivamente.

Na semana em que os portugueses se prepararam para viver em quarentena, verificou-se também uma preocupação acrescida com os animais de estimação. Os produtos para animais (alimentação e acessórios) cresceram 15% face ao período homólogo.

Os produtos de papel continuaram no top do ranking da higiene pessoal e do lar, com crescimentos mais notórios para o papel higiénico (+75%), seguido dos lenços, rolos e guardanapos e dos acessórios de limpeza. As maiores quebras foram registadas em segmentos que demonstram, de forma evidente, o facto de os portugueses estarem agora em casa: maquilhagem (-54%), perfumes (-53%), produtos para calçado (-47%), ambientadores (-38%), cremes para pele (-33%) e produtos para barba (-22%).

O crescimento das vendas foi sentido na generalidade do território nacional, com a exceção de alguns distritos. Foi em Coimbra (+2%), Viseu (+3%), Lisboa (+3%), Viana do Castelo (+4%) e Faro (+6%) que se registaram incrementos abaixo da média de crescimento em valor de 7% assinalada neste período.

 

Cesta de compras racional, mas também emotiva

A cesta de compras dos consumidores portugueses adquiriu moldes de sobrevivência, reforçada para tudo o que possa acontecer nesta situação. Mas esta é uma cesta em evolução, que começou com alguns primeiros sintomas e foi sendo rapidamente adaptada a todas as mudanças.

Neste contexto, os consumidores procuraram soluções que facilitem a permanência em casa, motivo pelo qual o número de ocasiões de compra online registou um crescimento de 34% na semana 12 versus o período homólogo, com mais 41% de lares a eleger este canal.

 

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