OrangeBee
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Portugal vence competição europeia de eco-inovação alimentar

O projeto OrangeBee, um preparado alimentar à base de aquafaba e pólen apícola, que reutiliza desperdícios da indústria alimentar, foi o grande vencedor da competição que juntou estudantes universitários de 13 países europeus. À quarta participação na iniciativa Ecotrophelia Europe, Portugal arrecadou o primeiro prémio nesta que é a maior competição europeia em eco-inovação alimentar.

Desenvolvido por Bárbara Vitoriano e Adelaide Olim, alunas de mestrado em biotecnologia e design, respetivamente, na Universidade de Aveiro, OrangeBee é um preparado fermentado de aquafaba, água que resulta da cozedura de leguminosas, com uma camada de geleia de laranja, polvilhado com pólen apícola. Este produto alimentar, que pode ser utilizado, por exemplo, como sobremesa, e que reutiliza resíduos desprezados pela indústria alimentar, foi premiado pelo júri europeu liderado pela Nestlé. “O produto OrangeBee tem um design bastante apelativo, muita qualidade e uma proposta de valor elevada. É um excelente contributo para o futuro da inovação alimentar”, afirma Christoph Hartmann, Head of Academic Alliances na Nestlé.

 

Combate ao desperdício

As vencedoras do Ecotrophelia Europe consideram que este produto se inscreve numa perspetiva de combate ao desperdício. “Como cidadãs emprenhadas, sabemos que as escolhas que fazemos, enquanto consumidoras, são determinantes para a sociedade, para a sua qualidade de vida e para o seu futuro. Sendo a luta contra o desperdício um pilar central das políticas de sustentabilidade, pareceu-nos que o desenvolvimento de um produto alimentar com base em aquafaba, yacon e cascas de laranja polvilhado com pólen apícola, vegetariano, sem glúten nem lactose, iria notoriamente ao encontro das crescentes preocupações dos consumidores e das tendências deste sector. Esta distinção, a nível europeu, vem mostrar que o nosso trabalho e visão estão no caminho certo”.

De acordo com as mentoras do projeto, OrangeBee não tem gordura e é fonte de fibra, com 89 quilocalorias por porção, providenciando 8% da dose diária recomendada de vitamina C e 21% da dose diária de FOS, prebiótico importante na regulação do trânsito intestinal. Devido à presença de pólen apícola, considerado um alimento funcional, o consumidor obtém também uma quantidade considerável de vitaminas antioxidantes e flavonoides, essenciais na proteção do organismo contra agressões externas.

 

Ecotrophelia

OrangeBee foi o projeto eco-inovador que representou Portugal e arrecadou o primeiro prémio, de entre os 13 países em competição e as 14 universidades europeias presentes. Os projetos desenvolvidos pelas equipas de estudantes da Grécia e da Islândia garantiram o segundo e terceiro lugares, respetivamente, o projeto O-live, que desenvolveu gressinos à base der azeite e com diferentes recheios de vegetais e frutos gregos, e o projeto Frosti, que apresentou uma solução de flocos de skyr sem lactose.

Esta foi a quarta vez que Portugal participou na iniciativa Ecotrophelia Europe, cuja edição portuguesa é, desde 2017, dinamizada pela PortugalFoods. No passado mês de setembro, o OrangeBee destacou-se no concurso nacional, que contou com 16 equipas e envolveu 63 estudantes e 14 instituições de ensino superior.  “A distinção europeia deste projeto português não nos podia encher de mais orgulho. O sector agroalimentar português é conhecido, há muito, nos mercados internacionais, pela sua qualidade e excelência. O facto de se mostrar como uma indústria cada vez mais inovadora, atenta às tendências e aos novos padrões de consumo, que colocam a sustentabilidade no topo da agenda, certamente irá ajudar no caminho da promoção do sector agroalimentar lá fora”, afirma Deolinda Silva, diretora executiva da PortugalFoods. “Por outro lado, este prémio é também o reconhecimento do esforço que o sector tem feito no sentido de se aproximar das universidades e dos centros de conhecimento e inovação. Sem dúvida, este estreitamento de relações é a garantia de que o agroalimentar nacional está a preparar o seu futuro”.

Por sua vez, o embaixador deste prémio, João Miranda, chairman da Frulact, considera que “esta distinção é a prova de que o sector agroalimentar português precisa dos jovens para garantir o seu futuro. É o seu olhar fresco, interessado e detentor de conhecimento científico que prepara as empresas para responderem aos

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