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Pandemia providencia “oportunidade de ouro” para o e-commerce português

Imagem Shutterstock

Está-se perante um momento-chave para o comércio eletrónico e o marketing digital nacionais e é por isso que muitas empresas do país estão a aproveitar o infeliz ensejo provocado pela Covid-19 para reverem as suas estratégias no domínio. Isto numa altura em que vários gestores e empreendedores lamentam que deveriam ter investido mais cedo na evolução dos seus negócios online, inclusive na ótica exportadora, Vera Maia, fundadora e CEO da plataforma Tudo sobre eCommerce (TSE).

A crise global e o estado de emergência nacional provocados pela disseminação do novo coronavírus estão a abrir alas rumo a uma “oportunidade de ouro” para o e-commerce português crescer e multiplicar-se.

Muitas empresas estão a aproveitar este momento para reverem as suas estratégias digitais. Nos últimos dias, e num momento em que o acesso à Internet em Portugal aumentou cerca de 40%, temos ouvido bastantes lamentos por parte dos gestores e empreendedores de que deveriam ter investido mais cedo. Mas os que estão a começar ainda vão a tempo de desenvolverem os seus projetos com sucesso. Acreditamos que muitas das mudanças de hábitos de agora vão influenciar a nossa decisão no futuro, enquanto consumidores, mas a experiência online tem de ser positiva, caso contrário, os clientes não repetirão a compra”, enfatiza a mesma responsável.

 

Comunicação digital dispara

Algumas marcas já se aperceberam que se está perante uma oportunidade única para o ecommerce e o marketing digital nacionais, daí que tenham crescido exponencialmente o número de “lives” diários no Instagram, webinars, cursos online, a quantidade de vídeos e atividades de desporto e fitness em livestream e, de uma forma geral, outros conteúdos de interesse para quem está em casa atualmente.

A própria atividade de consultoria da TSE viu-se afetada positivamente com o estado de emergência. “Além de mais pedidos de contacto, também iniciámos novos projetos, que já estavam a ser estudados, mas cujo início a pandemia catapultou para o imediato”, reconhece a gestora.

Por outro lado, concretiza Vera Maia, “os custos de publicidade online desceram”, o que é igualmente uma “oportunidade para quem ainda tem stock para vender e não tem a sua ‘supply chain’ parada, seja porque a materia-prima não esteja a ser fabricada ou porque o fornecedor da China não está a fazer envios”.

 

Contexto favorável à internacionalização online

O atual contexto é também favorável para a internacionalização dos negócios portugueses. “Existem alguns mercados mais afetados por esta crise do que outros. Para aqueles em que os hábitos de consumo já passavam pelo online, esta crise surge como uma oportunidade para aumentar ainda mais as vendas. A Amazon, por exemplo, anunciou o recrutamento de 100 mil novos funcionários nos Estados Unidos da América para fazer face às necessidades de recursos que esta pandemia criou. E, dentro das nossas fronteiras, várias empresas começaram a reforçar, com recursos humanos, as suas áreas de comércio eletrónico e correspondentes cadeias logísticas”, nota Vera Maia.

O único problema, porém, poderá ser o tempo necessário para implementar uma marca junto dos consumidores. “Pela análise que fazemos dos resultados dos nossos clientes, existem duas estratégias que estão a ter maior resultado”, explica a CEO do TSE.

Primeiro, campanhas promocionais de desconto direto na compra, principalmente em marcas de baixa notoriedade; segundo, campanhas focadas na fidelização de clientes, em marcas com elevada notoriedade e base de dados de clientes. Neste momento, “o foco dos clientes, está nas marcas em quem mais confiam”, que terão um “crescimento garantido”.

 

E-commerce vai crescer 30% ao ano

Seja como for, em face das atuais circunstâncias e indicadores, para a especialista em comércio eletrónico parece seguro afirmar estarmos perante uma era em que, obrigatoriamente, o digital ocupará o lugar do físico, não por uma evolução geracional, mas por uma necessidade de saúde pública.

Por este motivo, acredita a fundadora do TSE, o crescimento das vendas online será exponencial, principalmente nos mercados emergentes, como os do sul da Europa. “Prevemos que o e-commerce termine a subir pelo menos 30% este ano. Com repetição nos anos seguintes. E é necessário que as estruturas logísticas e de transportes acompanhem esta evolução, para que o serviço aos clientes não seja colocado em causa”.

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