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Pandemia está a acentuar desigualdades na força de trabalho

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Foto Shutterstock

A Covid-19 está a acelerar a transformação no mundo do trabalho e a redefinir as competências mais procuradas. Os trabalhadores estão a enfrentar uma alteração nas necessidades de talento por parte das empresas, um cenário que está a acentuar as desigualdades na força de trabalho, conclui o inquérito do ManpowerGroup “O Futuro dos Trabalhadores, pelos trabalhadores”, o segundo integrado na série “What Workers Want”, sobre as preferências dos colaboradores.

Segundo o estudo, que inquiriu mais de oito mil trabalhadores, em oito países, a pandemia traduziu-se num aumento da procura por competências nas áreas de cibersegurança, transformação de negócios, saúde e bem-estar, logística e e-commerce. Ao mesmo tempo, e em sentido inverso, os trabalhadores das áreas de vendas e marketing, hotelaria, turismo e lazer, administração e manutenção de escritórios ou retalho físico viram a oferta de oportunidades profissionais cair de forma significativa.

Regista-se, assim, um aumento dos desequilíbrios na força de trabalho, com os trabalhadores que detêm as competências mais procuradas a beneficiar de mais oportunidades para negociar o seu salário, gerir vida pessoal e profissional com flexibilidade, bem como trabalhar remotamente, podendo ficar em casa. Esta desigualdade torna-se ainda mais vincada no caso das competências em domínios tecnológicos, como a cibersegurança, o desenvolvimento de software ou a análise de dados.

No estudo do ManpowerGroup, estes trabalhadores destacam-se mesmo por serem os únicos que não classificam a manutenção do emprego como primeira prioridade, valorizando antes a flexibilidade que ganharam neste período. “A revolução das competências, um cenário há muito antecipado e identificado pelo ManpowerGroup, é hoje uma realidade, com a pandemia a acelerar a transformação no mundo do trabalho e nas necessidades de talento. O agravamento no desencontro entre competências disponíveis e necessidades das empresas é visível no aumento da taxa de desemprego, mas também na dificuldade crescente de atrair talento em perfis técnicos e tecnológicos“, sublinha Rui Teixeira, Chief Operations Officer da ManpowerGroup Portugal. “Vivemos um contexto de crescente digitalização e a aposta no desenvolvimento de programas e iniciativas que promovam a capacitação de trabalhadores é, hoje, fundamental. Uma estratégia de ‘construção’ de talento, apostando nas pessoas e na sua requalificação, permitirá às empresas ampliar a sua base de talento disponível, constituindo uma aposta chave para limitar as consequências da pandemia no emprego”.

Neste contexto de transformação e incerteza, as “soft skills” ou “power skills” revelam-se também como fulcrais para os trabalhadores e para os líderes, com particular ênfase para a comunicação, a adaptabilidade, a capacidade de iniciativa, a integridade ou o pensamento analítico. As empresas procuram, assim, a melhor combinação entre a tecnologia e uma abordagem humana, de forma a associarem as principais forças individuais e sociais com o know-how técnico e digital.

O estudo aponta, ainda, para a emergência de uma nova categorização dos trabalhadores, como essenciais e não essenciais. Como consequência da pandemia, funções na área da saúde, motoristas e trabalhadores do retalho alimentar, que foram considerados heróis por terem permanecido nos seus postos de trabalho, são, hoje, alvo de forte reconhecimento por parte da sociedade.

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