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O plástico como ameaça reputacional para as marcas

Foto Shutterstock

A preocupação quanto aos assuntos ambientais intensificou-se globalmente. Uma pesquisa da Ipsos mostra que 71% dos consumidores globais concordam que os produtos de plástico de utilização única deveriam ser banidos o mais rápido possível. A guerra contra o plástico foi declarada, o que, para as marcas com este material na sua cadeia de abastecimento, pode representar tanto uma ameaça reputacional como uma oportunidade.

Corria o ano de 1869. Uma empresa de Nova Iorque oferecia 10 mil dólares a quem conseguisse encontrar um substituto para o marfim, material altamente procurado para a produção de bolas de bilhar. Foi assim que, pela primeira vez, se produziu plástico sintético. A invenção de Wesley Hyatt foi amplamente celebrada pela publicidade, que rapidamente fez a apologia do plástico como salvador de espécies animais como os elefantes e as tartarugas e de recursos naturais como as florestas. Um daqueles contrassensos, o facto de, na sua origem, o plástico provar ser benéfico para o meio ambiente.

Este material barato, versátil e de fácil produção em escala conheceu um crescimento exponencial de 1,5 milhões de toneladas métricas, a nível global, em 1950, para 100 milhões, em 1989, e para mais de 359 milhões, nos dias de hoje. Cerca de oito milhões de toneladas métricas de plástico chegam, todos os anos, aos oceanos, pelo que se espera que, em 2050, exista mais deste material do que peixes.

Daí a declaração de uma guerra mundial ao plástico. As empresas que integram o plástico na sua cadeia de abastecimento enfrentam um escrutínio cada vez maior, até a nível governamental, mas, diz a Ipsos, a maior ameaça é o risco reputacional. Três quartos dos consumidores, a nível global, querem comprar produtos com o menor packaging possível e 63% afirma a vontade em mudar e local de compra se isso significar usar menos embalagens.

Na gestão deste risco reputacional existe também o potencial das empresas se tornarem parte da solução. Em 2018, a Starbucks comprometeu-se a, até 2020, retirar inteiramente as palhinhas de plástico da sua cadeia de abastecimento e a utilizar outros materiais ou a nem sequer ter palhinhas. A Starbucks beneficiou da boa imagem junto dos consumidores, conforme confirmado por uma pesquisa da Ipsos que apurou que 38% dos norte-americanos tornaram-se mais favoráveis para com a cadeia de cafetarias após o anúncio da medida. Esta afinidade aumentou quase pela metade entre os consumidores com idades compreendidas entre os 18 e os 34 anos.

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