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O futuro dos sistemas alimentares

Trabalhar em conjunto para criar uma sociedade mais saudável e sustentável. Eis a principal conclusão da quarta edição da conferência Portugal Saudável, uma iniciativa promovida pela Missão Continente, que juntou figuras relevantes da academia, da política, da saúde, do retalho e da comunicação para um debate público sobre sistemas de alimentação sustentáveis, capazes de conciliar saúde, ambiente e economia.

A abrir a conferência, o adjunto da secretária de Estado da Saúde, Guilherme Duarte, fez questão de destacar algumas iniciativas do Ministério da Saúde para a promoção da alimentação saudável, tais como a Estratégia Integrada para a Promoção da Alimentação Saudável, que envolve sete ministérios, e o Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável. Os dois projetos põem em prática o princípio europeu “Saúde em todas as políticas” que, na visão de Guilherme Duarte, significa “uma abordagem intersectorial para a formulação de caminhos conjuntos, na qual os decisores e parceiros tomam em consideração, de forma sistemática, todas as implicações na saúde, procurando sinergias, mas também procurando evitar impactos negativos na mesma.”

De seguida, Corinna Hawkes, diretora do Centre for Food Policy da Universidade de Londres, destacou a possibilidade de co-benefícios para todos os atores envolvidos nos sistemas alimentares. No entender da académica britânica, tais metas podem ser atingidas não só através da colaboração entre governos e sectores, bem como mediante a adoção de uma moldura legislativa incentivadora.

Ao apresentar os resultados do relatório encomendado pelo Conselho da União Europeia, Corinna Hawkes mencionou a importância da contratação pública, da Política Agrícola Comum, de sistemas de distribuição de frutas e legumes nas escolas, em redes de distribuição de pequena dimensão e no desenvolvimento de capacidades dos vários intervenientes do sistema alimentar.

Ruth Osborne, fundadora da consultora Retired Hen e mentora do restaurante desperdício zero ReTaste, em Estocolmo, também marcou presença para explicar como é que contraria a tendência da restauração para o desperdício alimentar, ao criar ementas com excedentes alimentares recolhidos de supermercados.

O debate foi ainda enriquecido com as Conversas À Roda da Alimentação, moderadas por Catarina Furtado. Em palco, juntaram-se figuras de sectores muito distintos, como a agricultura, o retalho, a nutrição, a restauração e a comunicação, que mostraram como as atitudes e posturas em cada momento da cadeia de valor influenciam e são influenciados por todos os restantes agentes.

O encerramento da conferência esteve a cargo do secretário de Estado da Defesa do Consumidor. João Torres defendeu que “a promoção da alimentação saudável contribui para um crescimento económico mais inteligente, mais sustentável e mais inclusivo”, sendo que esse crescimento pode ser estimulado “através da disponibilização de ferramentas digitais aos agricultores, da utilização de métodos e processos que visem a sustentabilidade ambiental, a preservação da biodiversidade e a redução do desperdício, alavancando o potencial da economia circular e da bio economia.”

Tiago Simões, diretor de Marketing da Sonae MC, mostrou a sua satisfação com os resultados da conferência, destacando o “papel central que este evento tem na concretização do papel social da Missão Continente”. Tiago Simões referiu também “a intervenção do Continente em todas as partes da cadeia de valor, tendo, por isso, uma influência determinante na criação de um sistema alimentar mais sustentável e saudável”.

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