in

Mulheres lideram mudança nos hábitos de consumo potenciada pela Covid-19

Foto Shutterstock

A Covid-19 mudou a forma de comprar, que é agora mais refletida, sustentável, ecológica e responsável, uma mudança liderada pelas mulheres e, sobretudo, pelas mais jovens.

De acordo com o estudo da ClosingGap e da L’Oréal Espanha, três em cada quando consumidores espanhóis integraram os valores éticos e ambientais nas suas compras, mas são as mulheres que se destacam e adotam comportamentos mais ecológicos do que os homens. Enquanto 61% delas reconhecem a sua responsabilidade quanto às alterações climáticas, nos homens essa percentagem nem chega aos 50%. Além disso, as mulheres atribuem mais importância à responsabilidade social das empresas nas suas decisões de compra do que os homens: 28% face a 20%.

 

Comércio local

Entre as estratégias para comprar de modo mais sustentável, 49,2% das mulheres optam pelo comércio local e por produtos de proximidade, o que compara com 39% dos homens. Apenas 4% das mulheres não toma nenhuma medida para reduzir a sua pegada de carbono, percentagem que se eleva para 10% no caso dos homens.

O estudo destaca, assim, que a mulher se posiciona como agente de mudança em prol de uma economia circular, destacando-se em aspetos como a redução de resíduos, a reutilização de produtos e a reciclagem. “O estudo demonstra como a mulher está a agir como motor na transição para um consumo mais responsável e sustentável, dois valores em alta e muito necessários no contexto atual”, afirma Juan Alonso de Lomas, presidente e CEO da L’Oréal Espanha e membro do Board do ClosingGap. “A mulher posiciona-se, portanto, como uma referência no avanço para a economia circular e como modelo a seguir para as novas gerações”.

A preocupação com o meio ambiente também afeta os mais jovens, entre os 16 e 24 anos. Os Millennials consideram mesmo que é o próprio consumidor o principal responsável pela emergência climática e mostram uma grande preocupação pela pegada de carbono das empresas.

 

Mais omnicanais

O estudo promovido pela L’Oréal confirma, deste modo, tendências encontradas em pesquisas anteriores do ClosingGap, que mostravam a mulher a liderar em termos de mobilidade e turismo sustentável.

Por outro lado, as mulheres são mais omnicanais, deslocando-se mais para comprar nas lojas físicas, mas também usando, em maior medida, a Internet. Nas compras online, destacam-se nas aquisições de roupa e calçado (68,2% das mulheres face a 56,7% dos homens) e de produtos de higiene pessoal (55,1 das mulheres face a 39,4% dos homens).

O estudo mostra, ainda, que as mulheres são mais atentas aos preços e fazem mais comparações. No têxtil ou calçado, por exemplo, uma mulher por cada 0,81 homens procura em diversas lojas até encontrar o melhor preço. As ofertas e promoções online são um fator essencial na decisão de compra: 50% das mulheres face a 42% dos homens.

 

Compram cinco vezes mais

O relatório também evidencia como as mulheres são as gestoras do orçamento do lar e que têm um comportamento menos individualista. Encarregam-se da compra cinco vezes mais do que os homens, adquirindo também produtos masculinos para o companheiro, filhos e pais.

Além disso, como mulheres e homens não compram de modo igual nem segundo os mesmos valores, quando é a mulher que aporta a maior parte do rendimento do lar, consomem-se 452 euros adicionais, dando-se prioridade a bens básicos. De facto, o estudo mostra que as diferenças de género no consumo afetam a economia espanhola, ao ter um impacto de 5.424 milhões de euros, valor que alcançaria se os 12,2 milhões de lares espanhóis onde são os homens que aportam a maior parte do rendimento, face aos 6,4 milhões liderados por mulheres, equiparassem o seu consumo.

The Age of Nesting

Confinamento impacta as habitações a nível global

pandemia

Pandemia acelerou transformação digital em Portugal