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Mudança nos hábitos de consumo não ajuda o crescimento dos FMCG em França

Apesar de França ter tido, em 2017, uma melhor evolução económica, com um crescimento de 1,9% do PIB e a estabilização da taxa de desemprego, os consumidores continuaram a mostrar-se pouco otimistas, o que fica demonstrado pelo desempenho dos bens de grande consumo, que cresceram apenas 1,1%.

De acordo com a Kantar Worldpanel, a necessidade de fazer escolhas melhores e mais responsáveis manteve-se, o que levou os “shoppers” a comprarem em menor quantidade e a privilegiarem o uso em detrimento da posse.

O mercado da saúde e beleza está a ser desafiado por compras menos frequentes, sendo cada vez menos uma prioridade para os franceses, mais adeptos de um look natural. Por exemplo, usam menos maquilhagem (menos 5,5% em termos de quantidade de produtos) e barbeiam-se menos.

A Kantar Worldpanel indica ainda que os produtos para o lar estão a enfrentar as maiores preocupações dos consumidores para com a sua saúde. As vendas dos produtos clássicos estão em queda e fórmulas de outrora, como o sabão e o vinagre, estão a regressar como alternativas de limpeza.

No mercado alimentar, o sector dos lacticínios continua a ser afetado pelo desencanto quanto ao leite e seus derivados e o escândalo do Fipronil nos ovos levou a uma descida de 2,4% nos volumes. O consumo de carne continua em queda, com os hábitos alimentares a irem no sentido de uma abordagem flexitariana, caracterizada pela ingestão de menos proteínas de carne. Nos últimos anos, esta dieta cresceu de 25% para 34% dos lares.

Em 2017, os franceses mostraram-se muito conscientes do seu consumo, valorizando os produtos biológicos, que cresceram 17% em valor. Os benefícios das gamas vegetarianas também  atraem já um quarto dos lares.

A consultora destaca ainda que a composição das refeições está a mudar e cada vez menos se come a entrada e a sobremesa. Apenas 25% das refeições são feitas fora de casa.

Pela primeira vez, em 2017, a sensibilidade às promoções estagnou. A mudança dos hábitos de compra levou à maior fragmentação dos formatos, com uma cada vez menor afeição pelos grandes hipermercados, em detrimento dos retalhistas de média dimensão e especialistas e marcas locais.

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