As marcas nunca foram tanto e tão pouco importantes como nos dias de hoje, pode concluir-se a partir de uma recente pesquisa da eMarketer.
“Por um lado, a crescente popularidade do ‘direct to consumer’ ilustra o valor da diferenciação, da inovação de produto e da resposta às novas necessidades dos consumidores”, afirma Andrew Lipsman, analista principal na eMarketer e autor do estudo “The Future of Retail 2020: 10 Trends that Will Shape the Year Ahead”. “Simultaneamente, os consumidores de hoje procuram por valor, e não estão necessariamente ligados a nenhuma marca em particular, ou têm alguma afinidade com o retalhista em detrimento das marcas quando”.
No retalho físico, os operadores que abrem o maior número de novas lojas vão de encontro a esta dinâmica sem marca. De acordo com um estudo do IHL Group, muitos dos retalhistas no topo da lista são operadores de discount, sustentados nas suas marcas próprias.
A Brandless, um fornecedor online de produtos de mercearia, cuidados pessoais e produtos para a casa, direcionou a sua marca para os consumidores digitais, que preferem produtos que contém menos ingredientes e, particularmente, favorecem a sua naturalidade. Estes shoppers têm uma nova visão sobre as marcas e não possuem qualquer afinidade com aquelas com que conviveram enquanto cresceram. “A mentalidade do consumidor está a mudar. As pessoas não são anti marca, mas sim anti aquilo que costumava ser”, defende Aaron Magness, CMO da Brandless.
Esta mudança no sentimento para com as marcas está a criar novas oportunidades para a emergência de marcas próprias não convencionais. “As marcas da distribuição costumavam ser sinónimo de preço, ingredientes de menor qualidade. Hoje, as marcas sem marca estão a mudar essa noção no sentido de melhor qualidade ao melhor valor”, reforça Andrew Lipsman.