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Menos açúcar, sal e gorduras em mais de 2.000 alimentos vendidos em Portugal

Mais de dois mil produtos alimentares, entre refrigerantes, cereais de pequeno-almoço, leites com chocolate e batatas fritas, vão ser reformulados para reduzir os teores de açúcar, sal e ácidos gordos até 2022. A indústria alimentar e a distribuição assinam esta quinta-feira, dia 2 de maio, com o Ministério da Saúde, um compromisso alargado que envolve a redução progressiva dos teores daqueles ingredientes em várias categorias de produtos alimentares.

A FIPA – Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares, a APED – Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição e um conjunto de associações sectoriais chegaram a um entendimento com o Ministério da Saúde para o estabelecimento de metas de reformulação nutricional de várias categorias de produtos alimentares, que ficarão esta tarde espelhadas em protocolos a assinar com o ministério. “Pretende-se que as pessoas tenham acesso a alimentos saudáveis de uma forma mais facilitada“, disse à Lusa Raquel Duarte, secretária de Estado da Saúde, explicando que os alimentos a reformular foram selecionados através dos inquéritos alimentares nacionais e com a Comissão Europeia.

A governante adianta que foram identificados “não só os alimentos que mais contribuem para a ingestão de açúcar, sal e ácidos gordos, mas também os que eram maioritariamente consumidos pelos grupos mais vulneráveis como crianças e adolescentes“. Assim, a redução no teor de sal, que abrange batatas fritas e outros snacks, pão, cereais de pequeno-almoço, sopas prontas, refeições prontas e pizzas, atinge os 10%, mas há valores específicos. Por exemplo, no sal pretende-se atingir um grama de sal por 100 gramas de pão e nos cereais de pequeno-almoço os 10% de redução.

De fora dos alimentos a reformular ficaram as bolachas, biscoitos e produtos de charcutaria, uma situação que Raquel Duarte explica com as dificuldades técnicas para estas alterações, sobretudo por causa da conservação e manutenção dos alimentos.

O acordo é inédito pelo modelo de avaliação, monitorizada de forma independente e externa pela Nielsen e pelo Instituto Nacional de Saúde, Dr. Ricardo Jorge, assim como pelo número de categorias de produtos alimentares abrangidos e pelas associações do sector envolvidas, sete no total. Para além da FIPA e da APED, inclui associações nacionais da indústria de laticínios, a associação portuguesa de produtores de cereais, de óleos alimentares, margarinas e derivados, entre outras.

Para o presidente da FIPA, Jorge Tomás Henriques, “os compromissos agora estabelecidos permitem dar uma nova evidência ao trabalho que a indústria alimentar já vem desenvolvendo há vários anos e que se tem refletido numa oferta alimentar cada vez mais diversificada e adaptada à novas exigências dos consumidores e da sociedade em geral”. O responsável máximo da federação considera ainda que “este é um bom exemplo de como o trabalho conjunto pode dar frutos” e deixa o alerta “de que medidas de carácter unilateral e impositivas por parte do Governo ou do Parlamento terão consequências de muito menor alcance ao nível da saúde pública”.

Por seu turno, segundo a presidente da APED, Isabel Barros, “a prioridade é dar resposta às novas tendências de consumo e às preocupações da sociedade, assumido o papel proativo dos agentes económicos na disponibilização de uma oferta cada vez mais saudável”. A representante das empresas de distribuição destaca ainda a importância de se “manter um clima de diálogo entre os vários atores” e reforça a ideia de que “este é o caminho mais acertado para a promoção de estilos de vida mais saudáveis”.

A Nielsen e o Instituto Nacional de Saúde irão monitorizar a evolução da composição nutricional dos produtos, que representam 80% das vendas das várias categorias, apresentando balanços anuais com base na média ponderada por volume de vendas, o que canaliza os processos de reformulação para os produtos mais consumidos.

 

Os acordos alcançados resultam de um ano de trabalho conjunto entre as associações empresariais e o Ministério da Saúde e enquadram-se na Estratégia Integrada para a Promoção da Alimentação Saudável (EIPAS), que tem vindo a ser operacionalizada pela Direção-Geral da Saúde.

Os vários protocolos serão assinados  no Teatro Thalia, em Lisboa, durante o evento “Reformulação de Produtos alimentares – Menos Sal, Menos Açúcar, Menos Gorduras Trans”, que tem início pelas 16h30.

 

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