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Imposto sobre o açúcar e preocupação com a saúde influenciam o consumo de refrigerantes no 1.º semestre

O imposto sobre o açúcar entrou em vigor no dia 1 de fevereiro e, de acordo com os dados da Nielsen relativos ao mercado das soft drinks, o efeito foi imediato. No período quadrissemanal que se seguiu à implementação deste imposto, registou-se um aumento de 10 cêntimos no preço médio da categoria e uma quebra em volume de 13,1%, que se manteve relativamente estável nos períodos seguintes.

No primeiro semestre de 2017, notou-se um decréscimo acentuado nas vendas em volume deste tipo de bebidas comparativamente com o ano anterior (-6%), considerando um aumento de preços de 14% e, consecutivamente, um aumento de vendas em valor de 13%. Dos segmentos mais relevantes, os mais afetados com a diminuição de vendas em volume foram os sumos sem gás diluídos (-15,7%) e as colas (-13,6%), com aumentos significativos de preço de 31,2% e 21,3%, respetivamente. “Desde a implementação do aumento do imposto sobre o açúcar, notam-se aumentos significativos de preço em todos os segmentos de soft drinks e uma clara quebra de volumes, especialmente na primeira semana, comprovando que o preço é um fator importante para o consumidor português. Os segmentos não afetados por este imposto (como os néctares 100%) apresentam aumentos de preço menos significativos e, consequentemente, crescimentos de volume que contrariam a tendência negativa dos soft drinks. De salientar ainda que também a crescente preocupação dos consumidores pela saúde e a procura por produtos saudáveis vêm potenciar os decréscimos registados nos refrigerantes e os crescimentos dos néctares e 100%“, explica Margarida Baptista, Client Consultant Senior na Nielsen.

Segundo um inquérito online desenvolvido pela Nielsen, sabemos também que os portugueses estão cada vez mais preocupados com a saúde e esta preocupação reflete-se no consumo de bebidas com elevados níveis de açúcar. Esta preocupação começa logo antes da compra, com 60% dos consumidores a admitirem que estão atentos aos valores de açúcar presentes na tabela nutricional deste tipo de produtos e 50% que sabem mesmo a quantidade de açúcar ingerido em cada bebida. Metade dos consumidores portugueses admitem que o tipo de açúcar/adoçante utilizado pode, de facto, influenciar a sua decisão de compra, considerando que os adoçantes naturais como a stevia poderão ser bons substitutos do açúcar. De facto, a contrariar as quebras nos refrigerantes, regista-se, neste primeiro semestre, um aumento em volume dos néctares (+4%) e dos sumos 100% (+27%), mesmo com preços muito superiores aos dos refrigerantes. De acordo com Margarida Baptista, “este crescimento comprova que existe uma procura real e significativa por bebidas mais saudáveis e menos calóricas, que vêm reforçar o efeito provocado pelo aumento do imposto sobre o açúcar. Como resposta a esta realidade, as estratégias de ‘baixo açúcar’ parecem estar a resultar, com aumentos significativos nas versões isentas de açúcar e decréscimos nas versões originais”.

Segundo o inquérito online elaborado pela Nielsen, 24% dos portugueses admitem que vão consumir mais sumos 100% naturais e, contrariamente, 39% referem ter intenção de consumir menos refrigerantes com gás.

No que diz respeito à saúde, há ainda espaço, de acordo com a Nielsen, para alguns ajustamentos da oferta: 78% dos portugueses consideram que as porções de açúcar existentes nas bebidas ainda são demasiados elevadas e 84% refere que diminuir a quantidade de açúcar poderá levar a um maior controlo do peso. “De acordo com esta nova realidade, as marcas devem estar disponíveis para acompanhar a procura, oferecendo opções mais saudáveis e com menor teor de açúcar, que vão ao encontro das novas tendências e exigências de um consumidor mais atento e informado”, conclui Margarida Baptista.

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