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Impactos no retalho do novo consumidor pós-Covid-19

Imagem Shutterstock

Os consumidores de todo o mundo estão a ressentir-se dos efeitos causados pela pandemia de Covid-19, o que está a produzir mudanças ao nível das marcas, canais e comportamento de consumo.

O consumidor está a mudar. O consumo está a mudar. Muitas lojas ainda permanecem fechadas e os consumidores estão a reduzir os gastos. Não obstante, estão a aparecer algumas áreas, com produtos e serviços, de maior gasto e os consumidores estão a adotar novas marcas, canais e comportamentos que poderão manter-se no futuro próximo”, afirma Jorge Díaz Cardiel, diretor geral da Advice Strategic Consultants.

Os dados do estudo da consultora, refletidos pela infoRETAIL, indicam que os países europeus são menos otimistas quanto às consequências da Covid-19. Na China, existe um maior otimismo e a intenção, por parte dos consumidores, de gastar em categorias de luxo começa a recuperar.

O sentimento do consumidor é, assim, um dos oito aspetos fundamentais que está a influenciar o retalho. Desde meados de março, o otimismo dos consumidores diminuiu na América e na Europa, enquanto que a maioria dos países asiáticos manteve ou, até mesmo, aumentou o seu nível. Os níveis caíram entre 25% e 40% no Reino Unido, em França, em Espanha e em Itália. Nos Estados Unidos, a queda foi de 10%, ao passo que na China aumentou nesta mesma proporção.

 

Deterioração das receitas

Entre 25% e 63% dos consumidores espera uma deterioração das suas receitas, dado que contrasta com a China, onde 25% prevê um aumento. Deste modo, o rendimento dos consumidores é outro dos aspetos a ter em conta, assim como os gastos. O otimismo dos consumidores chineses implica um aumento no gasto futuro esperado, situação também observada na Arábia Saudita, na Indonésia e na Nigéria. Não obstante, a maioria dos consumidores europeus, incluindo os italianos, espanhóis, franceses e britânicos, além dos coreanos e japoneses são menos otimistas e esperam gastar menos.

A categoria de gasto também deverá ser considerada, já que os consumidores de todo o mundo continuam a gastar, e por vezes mais, em produtos básicos, como alimentação, artigos para o lar e de cuidado pessoal. À medida que a curva de contágio diminui, existe um maior impulso para compras de bens não essenciais, tal como está a acontecer na China, onde os consumidores apostam por categorias como o cuidado da pele, maquilhagem e bem-estar.

É importante assinalar que, na Europa, os consumidores continuam a apostar nas marcas maiores, já que as suas cadeias de abastecimento sólidas significam a ausência de ruturas de stock.

A consultora destaca também as expectativas do impacto pessoal. Mais de 75% dos consumidores, a nível mundial, espera que o impacto da Covid-19 nas suas rotinas e finanças se mantenha durante mais de dois meses e 50% que seja superior a quatro meses.

Os consumidores do Reino Unido, Itália e Japão pretendem fazer mais compras pela Internet, enquanto que os dos Estados Unidos, Alemanha, França e Espanha pretendem reduzi-las.

 

Tempo valorizado

O uso do tempo também é um aspeto determinante. Em 11 dos 12 países mais desenvolvidos do mundo, os consumidores continuam a privilegiar as atividades no lar, que incluem cozinhar, consumir notícias, entretenimento e conexão social digitais. A China é o único país onde estas atividades estão a diminuir a favor do trabalho.

A adoção de novas atividades é outro dos fatores de influência do retalho, numa altura em que o digital e o baixo contacto social/pessoal está a crescer. A nível mundial, assistiu-se ao crescimento da telemedicina, das videoconferências e do e-commerce.

A longo prazo, os consumidores de todos os países, exceto os do Reino Unido, esperam regressar às lojas físicas, uma vez passada a Covid-19.

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