Várias grandes empresas de tecnologia, como a Apple, a Samsung, a Sony, Microsoft e a LG, são acusadas pela Amnistia Internacional de, indiretamente, estarem a comprar cobalto extraído por crianças.
Segundo noticia o Bloomberg, as empresas chinesas que compram este mineral à República Democrática do Congo e fornecem os fabricantes de computadores portáteis e smartphones poderão estar a adquiri-lo a minas que recorrem ao trabalho infantil. O Congo é o maior produtor mundial de cobalto. 20% do mineral provém de minas artesanais localizadas na região de Katanga, onde adultos e crianças trabalham em condições perigosas, como denuncia um estudo da Amnistia Internacional e da organização não governamental congolesa African Resources Watch.
Questionada pela Amnistia Internacional sobre esta questão, a Apple não respondeu diretamente sobre os componentes contendo cobalto processado comprados pelo seu principal fornecedor chinês. A empresa garante, no entanto, estar a avaliar “dezenas de diferentes materiais, incluindo o cobalto, de modo a identificar os riscos laborais e ambientais, assim como as oportunidades para promover uma mudança efetiva e sustentável”.
Já a Samsung remeteu as explicações para o seu principal fornecedor de baterias. A Samsung SDI disse à Amnistia Internacional que não negoceia diretamente com os principais fornecedores chineses mencionados no relatório e que estes não fazem parte da sua cadeia de abastecimento. A empresa reconhece que é fornecida por outra companhia identificada no estudo, mas que não tem condições para determinar se o cobalto provém das minas da região de Katanga. “Para todos os fornecedores, a Samsung SDI faz avaliações escritas e inspeções no local em matéria de direitos humanos, trabalho, ética, ambiente, saúde e segurança a cada dois anos e atribui-lhes uma certificação”, explicou a SDI ao Bloomberg.
