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Foco no preço não é mais sustentável no mercado das máquinas de roupa

O preço médio das máquinas de lavar a roupa caiu 2%, em 2015, no mercado português. A indústria confirma que este foco do preço não é sustentável por muitos mais anos e que outros motores de crescimento têm de ser encontrados, uma vez que não se podem cortar mais as margens.

Os principais “players” deste mercado estão a tentar inverter este ciclo, focando-se na poupança de água e energia, nos programas específicos para diferentes tipos de tecidos e no baixo ruído, entre outros argumentos. Uma vez que os modelos de encastre protagonizam menos promoções, o seu preço médio caiu menos que os de livre instalação.

No ano passado, as vendas de máquinas de lavar a roupa cresceram, em volume, 5%, atingindo as 325 mil unidades. De acordo com os dados da Euromonitor, após quebras de dois dígitos em 2011 e 2012, com os consumidores a adiarem a compra destes produtos, a categoria tem vindo a recuperar vendas.

De igual modo, devido à inibição para aumentar os preços durante os piores anos de crise e à contração das margens, os fabricantes restringiram o lançamento de novos produtos. Agora, estão a apostar em colocar novas propostas no mercado e os consumidores mais recetivos a investir em mais modelos premium. Os “shoppers” portugueses estão cada vez mais conscientes das questões de eficiência energética e preferem comprar modelos mais eficientes, considerando-os um bom investimento a longo prazo.

A par da eficiência energética, os ciclos curtos, a ligação Wi-Fi aos smartphones e as maiores capacidades são alguns dos argumentos que os fabricantes estão a comunicar para catalisar as vendas. Os modelos mais populares no mercado português são os de seis a nove quilogramas de capacidade, que cresceram em 2015 e representam 89% das vendas em volume. Mas as máquinas de capacidade superior também continuaram a crescer, estimuladas pelas novas tecnologias que adaptam o consumo de água e energia à carga.

O inverno quente de 2015, o mais quente dos últimos 26 anos, resultou, em contrapartida, num desenvolvimento mais lento para os secadores de roupa. Mesmo assim, as vendas destes produtos aumentaram 3% em volume, motivadas pelas compras dos consumidores urbanos, que têm maior dificuldade em secar as suas roupas devido à indisponibilidade de espaços para esse efeito.

Os secadores de roupa são percebidos como eletrodomésticos que consomem muita energia, o que não tem favorecido o desempenho da categoria. Porém, com o desenvolvimento de modelos mais eficientes, a Euromonitor antecipa que os secadores de roupa continuem a atrair mais compradores.

Apesar dos modelos de ventilação serem considerados mais eficientes, este formato continuou a perder quota, dada a necessidade destes secadores terem de ser colocados junto de uma janela. Os modelos de condensação representaram 82% das unidades vendidas em 2015.

A única categoria deste universo que teve um desempenho negativo foram as máquinas de lavar e secar, cujas vendas em volume caíram 3%. Os secadores são mais populares que as máquinas de lavar e secar entre os consumidores portugueses, não obstante estas oferecerem a vantagem de poupança de espaço. Porém, o seu preço médio mais elevado torna a categoria interessante apenas para as marcas com gamas de entrada.

Em 2015, o mercado português da lavagem da roupa foi liderado pela Whirlpool, com uma quota estimada pela Euromonitor nos 25% em volume.

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