in

Filiais estrangeiras com melhor desempenho do que empresas nacionais

Quando se compara os indicadores económicos das filiais de grupos estrangeiros presentes em Portugal com o das empresas nacionais, há um dado comum: as filiais saem-se melhor em rácios como a produtividade aparente do trabalho, a rentabilidade das vendas, os capitais próprios ou o valor acrescentado bruto (VAB) face às remunerações dos trabalhadores, diz o jornal Público.

Ao divulgar algumas estatísticas sobre o peso das filiais no tecido empresarial português, o Instituto Nacional de Estatística (INE) nota que as filiais estrangeiras “exibiram melhor desempenho nos indicadores económicos quando comparadas com as restantes sociedades”.

O número de filiais diminuiu em 2015 em relação ao ano anterior. Eram cerca de 6.240, um número reduzido por comparação ao número de sociedades que compõem o tecido empresarial (370.225), mas o seu peso continua a ser muito significativo. No ano passado, representavam mais de um quarto (25,3%) do volume de negócios de todo o sector empresarial (do ramo não financeiro), 24,8% do VAB e 15,1% do pessoal ao serviço.

Num período mais alargado, de 2010 a 2015, a análise do INE permite concluir que, quer no pessoal ao serviço, quer no VAB, os valores são superiores nas filiais estrangeiras face ao total das sociedades não financeiras. Quanto ao volume de negócios, os valores são mais próximos, com exceção do último ano, em que este indicador melhorou para o lado das filiais, porque a PT Portugal, comprada pelo grupo francês Altice, conta agora como filial.

Ao nível do investimento, refere o INE, “as filiais estrangeiras registaram um crescimento de 2,2 pontos percentuais, mais do dobro do valor apresentado no conjunto das outras sociedades”. No entanto, há outros indicadores onde as empresas nacionais se destacam: no investimento em investigação e desenvolvimento, o seu peso em relação ao VAB as filiais ficam atrás. Também a nível financeiro, “os rácios de autonomia e liquidez geral das filiais estrangeiras reduziram-se em 2015, contrariando a tendência apresentada para o total do sector empresarial”.

Em indicadores como os gastos com pessoal, as remunerações, o volume de negócios ou a riqueza produzida, tanto as empresas nacionais como as filiais cresceram em 2015, mas estas últimas tiveram variações mais significativas em todas as variáveis.

Ao chegar a 18,3 mil milhões de euros, a produção das empresas (VAB) cresceu 11,9%, superando os 2,8% das sociedades de raiz portuguesa. O crescimento já era superior nas filiais, mas apenas ligeiramente. Nos dados de 2015, a diferença alargou-se de forma significativa por causa da compra da PT Portugal pela Altice.

Essa diferença é, de resto, assinalada pelo INE, quando explica que esse crescimento próximo dos 12% “refletiu, em larga medida, a aquisição por uma multinacional europeia de uma empresa portuguesa de grande dimensão, do sector das telecomunicações”. Se for excluído todo o sector de atividade de empresas de informação e comunicação, “o crescimento do VAB cifrar-se-ia em 4%”, mas mesmo assim “acima do crescimento verificado para o conjunto das outras sociedades não financeiras”.

Mais de um quarto das filiais têm “perfil exportador”. Os grupos estrangeiros instalados no país têm sobretudo origem em países europeus (mais de 75% “são controladas por empresas do espaço comunitário“) e no topo estão os parceiros que mais compram produtos a Portugal. Espanha, França e Alemanha continuam a ocupar não só as três primeiras posições em termos de número de empresas, como também no VAB e no número de trabalhadores.

Sonae e EDP entre os melhores da comunicação da Europa

Espanha é o maior exportador no sector do azeite