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Entregas de última milha aumentarão as emissões nas cidades em 30% até 2030

De acordo com a análise “The Future of the Last Mile Ecosystem”, as emissões produzidas pelas entregas de última milha nas áreas urbanas vão aumentar em mais de 30%, até 2030, nas 100 principais cidades do mundo, atingindo emissões de 25 milhões de toneladas de CO2.

Juntamente com esse aumento, também é esperado que o congestionamento do tráfego cresça em mais de 21%, o equivalente a adicionar 11 minutos ao trajeto diário de cada passageiro.

Nesta análise, publicada pelo World Economic Forum, 24 intervenções são identificadas e prioritizadas para combater estas tendências. Por exemplo, entre as opções que têm maior impacto na redução de emissões de CO2, estão incluídas opções para o uso de veículos mais ecológicos, a redireção dinâmica – que permite encontrar a melhor maneira de ir de um ponto a outro através de constantes atualizações que reduzem a quilometragem e o tempo de viagem – e entregas por meio de robots automatizados, dróides e armários partilhados.

Entregas estão cada vez mais rápidas

Outra das conclusões analisadas no relatório é o facto de que a procura e a oferta de opções de entrega cada vez mais rápidas crescem a um ritmo superior do que outras opções de entrega. Atualmente, as entregas no mesmo dia e as instantâneas são os segmentos que mais crescem, a uma taxa de 36% e 17% ao ano, respetivamente. “A exigência do consumidor pela conveniência das compras online e entrega rápida está a aumentar e as empresas estão a lutar para satisfazer essa procura com opções de entrega sustentáveis“, explica Christoph Wolff, chefe de mobilidade do World Economic Forum. “O aumento do congestionamento do trânsito e as emissões produzidas na entrega do e-commerce já estão a gerar pressão nos padrões de trânsito das cidades e essa pressão só aumentará devido à crescente procura, a menos que tanto as cidades como as empresas tomem rapidamente uma atitude eficaz“.

Por exemplo, a Walmart acaba de oferecer a opção de entrega no mesmo dia para 75% da população dos Estados Unidos e a Amazon já faz entregas a quase três quartos dos seus clientes em 24 horas. Na China, as entregas no mesmo dia e as entregas instantâneas representam mais de 10% do total, mais que o dobro da taxa da Europa. Estas opções de entrega mais rápidas geram uma pressão particularmente forte sobre um trânsito urbano já intenso.

Como podem as cidades lidar com entregas urbanas?

A análise avalia 24 intervenções na cadeia de abastecimento e tecnologia, desenvolvendo uma simulação de congestionamento avançada, baseada em análises, e um modelo quantitativo, que tem como resultado perceções concretas e quantificadas de como estas intervenções podem ajudar a resolver os desafios de entrega nos centros das cidades, bem como reduzir as emissões de CO2. “A última milha é uma questão complexa e entrelaçada, pois envolve muitas partes interessadas no ecossistema. Sempre tivemos tendências que afetam a última milha, mas não a esta velocidade e nem a esta escala global“, diz Bernd Heid, sócio sénior na McKinsey & Company, parceira neste estudo. “Vemos que inúmeras soluções tecnológicas e da cadeia de entrega funcionam de forma independente. No entanto, o nosso estudo mostra que num ‘cenário de ecossistema’, no qual atores públicos e privados trabalham juntos de maneira eficaz, as emissões produzidas pelas entregas e o congestionamento de trânsito podem ser reduzidos em 30% até 2030, em comparação com um cenário de ‘não fazer nada’, e a tecnologia pode ajudar a reduzir os custos de envio em 25%, ao mesmo tempo“.

Exemplos de intervenções e resultados incluem veículos elétricos de bateria e veículos elétricos a hidrogénio. Mesmo em cenários impulsionados pela escolha do consumidor (não pela regulamentação do sector público), estes tipo de veículos menos poluentes podem reduzir as emissões de CO2 em 16% e 24%, respetivamente.

A entrega durante a noite ou em horários adjacentes pode reduzir o congestionamento do trânsito em 15% e a melhor maneira de se conseguir isso é através da escolha da empresa e da regulamentação. Isto inclui serviços noturnos de veículos elétricos, principalmente durante horários de trânsito com menor procura, e lojas de encomendas multimarca, com múltiplos gestores de entrega, que melhoram o conforto do consumidor e podem reduzir o congestionamento do trânsito entre 5% até 18%, dependendo do cenário.

 

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