in

É hora de repensar o sector automóvel

A Crédito y Caución prevê um aumento do risco de crédito de muitos fornecedores do sector automóvel nos próximos cinco anos, o que levará a tensões de liquidez, atrasos nos pagamentos e insolvências de empresas no sector.

De acordo com o mais recente relatório divulgado pela seguradora de crédito, as principais empresas afetadas serão as fabricantes e fornecedoras de caixas de velocidade ou as especializadas em componentes e motores de combustão convencionais, que fornecem componentes metálicos e componentes para sistemas de escape.

Em 2017, o bom comportamento da indústria automóvel a nível mundial enfrenta alguns potenciais riscos a curto prazo, como o protecionismo e as limitações ao livre comércio decorrentes da significativa mudança na política económica dos Estados Unidos. No entanto, além destas questões, o relatório adverte ainda sobre os grandes desafios estruturais do sector que conduzirão ao “aumento da procura por veículos híbridos e elétricos, enquanto a quota de mercado dos veículos com motores de combustão irá diminuir. Essa mudança será acompanhada pelo uso crescente de projetos em metais leves, novos materiais e digitalização“.

A seguradora avisa que “a corrida para esta fase de inovação já começou e exige grandes investimentos em I&D por parte dos fabricantes e da indústria de componentes. Isto representa um grande desafio para a maioria dos pequenos e médios fornecedores de peças e de componentes automóveis menos valiosos, frequentemente muito dependentes de um único fabricante, num ambiente altamente competitivo. Nos últimos anos, as empresas mais pequenas, com produtos facilmente substituíveis, já sofreram uma redução nas suas margens e lucros inferiores“, explica.

Nos próximos anos, “a debilidade financeira, juntamente com a falta de acesso aos mercados de capitais e aos investidores, poderia impedi-las de realizarem os investimentos necessários para inovar e melhorar a sua cadeia de valor num ambiente de mercado em mudança”.

O relatório analisa, em detalhe, a situação do sector automobilístico em Espanha, na Alemanha, Bélgica, China, Estados Unidos, França, Itália, Japão, Países Baixos, Reino Unido, República Checa e Suécia. Em Espanha, de acordo com o relatório, “os níveis de incumprimento são baixos e não se esperam aumentos importantes nos próximos meses devido às perspetivas positivas para o sector”. O estudo ressalta os pontos fortes da indústria em Espanha: “uma base industrial sólida, liderança internacional, fábricas produtivas e flexíveis, um segmento de fornecedores industriais forte e inovador e disponibilidade de mão de obra altamente qualificada”.

Jerónimo Martins investe 75 milhões no maior centro logístico do grupo

Aqui É Fresco reforça presença em Aveiro