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E-commerce em Portugal acelera por causa pandemia de Covid-19

Foto Shutterstock

A ACEPI – Associação da Economia Digital, anuncia, no âmbito Portugal Digital Summit’20, as principais conclusões da edição de 2020 do seu estudo “Economia e Sociedade Digital em Portugal”, desenvolvido em parceria com a IDC desde 2009. Indicadores que revelam a forte penetração da Internet em Portugal, com valores próximos da média europeia, crescimento do número de compradores online, do volume e frequência das compras e aceleração da transformação digital dos negócios das empresas em 2019.

O valor do comércio eletrónico B2C + B2B, em 2019, em Portugal, situou-se nos 96 mil milhões de euros. Para 2020, estima-se um novo crescimento até aos 110,6 mil milhões de Euros, alavancado pelo impacto da pandemia de Covid-19, que mudou profundamente os hábitos dos consumidores e transformou empresas e negócios.

 

População portuguesa mais digital

A utilização da Internet continuou a crescer, ao longo dos últimos anos, e, em 2019, a penetração atingiu os três quartos dos portugueses. Já considerando o efeito da pandemia, prevê-se que, em 2020, a penetração da Internet atinja os 81% da população.

O Norte, Centro e Alentejo são as regiões do país que apresentam as menores taxas de penetração na utilização da Internet.

Mais de metade dos internautas fez compras online (51%) em 2019, estimando-se que esse valor cresça para 57% em 2020, devido à pandemia.

A pandemia é também responsável pela alteração de comportamentos de compra online: cerca de 60% dos compradores online afirmam ter aumentado o valor das suas compras através da Internet

A intensidade de compras na Internet aumentou, com 73% dos compradores online a fazer em média mais do que 3 a 5 vezes compras por mês. Compra-se agora mais em lojas online portuguesas e menos em sites estrangeiros, o que terá também a ver com a existência de mais lojas online portuguesas.

 

Destaque para produtos alimentares e refeições

Nas categorias de compras online destacam-se, agora, as refeições entregues ao domicílio, que no ano anterior não tinham expressão, e os produtos alimentares e bebidas, que este ano refletem a alteração comportamental dos portugueses provocada pela pandemia.

Também as categorias de equipamentos para utilizar em casa – tanto informáticos, como eletrodomésticos – registaram crescimentos acentuados. Nos serviços digitais, destacou-se a categoria de filmes e as séries.

A experiência de compra online é determinante para as lojas portuguesas evoluírem e captarem cada vez mais consumidores online, quer em Portugal, quer fora do país. A eficácia das modalidades de pagamento, o conteúdo e transparência da informação, os métodos de entrega e o carrinho de compras flexível e intuitivo das lojas portuguesas, são considerados muito bons, demonstrando a evolução das lojas nacionais nestas áreas.

Os compradores online em Portugal, na sua grande maioria, confiam nos serviços digitais e nas lojas online, existindo cada vez menos receio na sua utilização.

As entregas em horários definidos e as entregas no mesmo dia ou no dia seguinte são consideradas muito relevantes pelos portugueses.Os pagamentos por referência Multibanco continuam a ser o método preferido, mas verifica-se já o crescimento do MBWay e de outras “wallets” eletrónicas.

O Estudo da ACEPI/IDC estima que o valor do comércio eletrónico B2C (compras realizadas por consumidores portugueses) tenha ultrapassado os seis mil milhões de euros em 2019, representando atualmente 2,9% do valor do Produto Interno Bruto (PIB). Para 2020, estima-se que o valor do B2C alcance quase os oito mil milhões de euros.

 

Empresas reforçam presença na Internet

A percentagem de empresas com presença na Internet é agora 60% do número total de empresas, sendo que, no estudo anterior, apenas 40% das empresas tinham presença online.

Este crescimento, muito significativo, deve-se, sobretudo, ao aumento da presença na Internet das micro e pequenas empresas (que representam a maioria do tecido empresarial português), face ao ano anterior, respetivamente de 30% para 48% e de 53% para 76%.

A escolha do domínio .pt pretende, maioritariamente, identificar que a origem da empresa e/ou que a origem dos seus produtos ou serviços é portuguesa.

Das empresas com presença na Internet, 82% afirmou possuir um domínio próprio e 76% referiu ter um ou mais websites desenvolvidos. O crescimento do volume das empresas com página nas redes sociais, face ao ano anterior, é significativo, situando-se atualmente nos 76%. Metade das empresas tem presença em marketplaces, revelando-se ser esta uma abordagem comercial interessante, sobretudo para as pequenas empresas.

 

Alavanca de crescimento e internacionalização

Quando se trata de comércio eletrónico, a taxa de empresas de grande dimensão que vende online situa-se nos cerca de 52% (27% para o total de empresas).

Quando questionadas sobre a perspetiva de evolução do comércio eletrónico, cerca de metade das empresas referiu que prevê um crescimento.

As empresas que têm o comércio eletrónico como uma forma de exportar online os seus produtos e serviços indicaram que os países que possuem um maior peso no volume do comércio eletrónico são a Espanha e a França, com um peso próximo dos 40%, logo seguidos do Reino Unido e dos PALOP.

A grande maioria das empresas que realiza comércio eletrónico ainda não integra a loja física com a loja online, mas cerca de 25% das empresas já faz esta integração.

O investimento das empresas em marketing online continua a crescer, sendo os canais mais utilizados e com maior taxa de satisfação as redes sociais, o e-mail e a publicidade em motores de pesquisa.

O Estudo da ACEPI/IDC estima que o valor do comércio eletrónico B2B/B2G em Portugal (vendas de empresas a outras empresas ou ao Estado) ultrapasse os 103 mil milhões de euros em 2020.

Por Carina Rodrigues

Responsável pela redacção da revista e site Grande Consumo.

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