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Deterioração das insolvências na África do Sul

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O mais recente relatório divulgado pela Crédito y Caución alerta para o aumento do risco de incumprimento na África do Sul, uma economia que depende em grande medida da exportação de commodities e que revela grande vulnerabilidade à desaceleração da economia mundial. De acordo com os dados apresentados no relatório, as insolvências apresentam um aumento de 30% ao ano enquanto as liquidações crescem 53%. “Devido ao fraco desempenho dos setores mineiro e transformador, e ao facto dos setores relacionados com o consumidor estarem com dificuldades em lidar com a redução de gastos das famílias, espera-se que as insolvências e liquidações empresariais aumentem ainda mais em 2019”, refere o relatório.

A África do Sul regista um fraco crescimento económico. No primeiro trimestre de 2019, o PIB contraiu 3,2% no comparativo trimestral, a maior queda desde a crise financeira global de 2008. Tanto o desempenho da indústria transformadora como do setor mineiro têm sido bastante afetados pelos cortes temporários de energia, pelo endurecimento da legislação laboral e pela queda dos investimentos. Embora se espere uma melhoria gradual dos indicadores de confiança no segundo semestre de 2019, a Crédito y Caución prevê que o crescimento económico se mantenha moderado em 2019 e 2020.

A seguradora de crédito considera urgente a melhoria da governança nas empresas estatais, que acumulam garantias públicas de 32.000 milhões de dólares (9% do PIB). O relatório destaca o caso da empresa estatal de energia, que representa 90% da produção de eletricidade na África do Sul e mantém uma dívida de 30 mil milhões de dólares. “Um incumprimento por parte de uma empresa poderia ter um efeito paralisante nas finanças públicas e na economia no um todo”, salienta o relatório. O apoio à capacidade de pagamento das empresas estatais é uma das principais razões pelas quais o défice orçamental da África do Sul irá aumentar em 2019 e 2020, uma situação que irá exercer pressão adicional sobre a dívida pública, que cresceu de 26% para 57% na última década. O facto de mais de 90% da dívida ser denominada em moeda local atenua o risco da taxa de câmbio. No entanto, uma grande parte desta dívida está nas mãos de não residentes, o que a torna vulnerável a uma possível redução nos ratings de crédito.

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