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Debilidade da banca indiana constitui obstáculo a uma possível recuperação em 2021

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A Crédito y Caución destaca a debilidade do sector financeiro indiano como um dos principais obstáculos à recuperação do crescimento desta economia asiática em 2021. Desde 2018, os receios quanto à saúde dos empréstimos não bancários provocaram uma contração dos mercados de dívida corporativa e de consumo na Índia.

Apesar desta diminuição do crédito, os balanços dos bancos indianos continuam a mostrar um elevado nível de dívida incobrável, uma deterioração da qualidade dos seus ativos e debilidade nos seus coeficientes de capital. A elevada dívida das empresas constitui um risco para a economia indiana segundo a seguradora de crédito, que não descarta uma maior deterioração dos balanços das empresas e dos bancos públicos. As emissões em curso nos mercados de crédito, com condições de empréstimo restritivas, poderiam impedir uma recuperação económica geral em 2021.

A decisão do Governo indiano de impor um confinamento geral em março, para enfrentar a pandemia de Covid-19, teve graves consequências na procura interna. O desemprego aumentou consideravelmente e prevê-se que o consumo das famílias sofra uma contração de 4% este ano. Apesar da gradual flexibilização das medidas de confinamento, as estimativas apontam para uma queda de 5,7% no PIB em 2020.

Mais de 65% dos componentes eletrónicos e 70% dos suprimentos farmacológicos são importados da China. As prolongadas interrupções nos fornecimentos devido ao surto de coronavírus prejudicaram as indústrias indianas que dependem destas importações, como são os casos dos sectores de bens de consumo duradouro, TIC e farmacêutico. Além disso, o desempenho das empresas e o risco de crédito deterioraram-se nos sectores agrícola, alimentar e serviços financeiros. A Crédito y Caución prevê que, face ao ano anterior, as insolvências aumentem 75% em 2020.

Apoio do governo indiano

Com o objetivo de apoiar a economia, o Banco Central indiano reduziu drasticamente a taxa de juro de referência e não são de descartar novas reduções nos próximos meses. Em maio, o Governo anunciou um pacote de estímulos, no valor de 266 mil milhões de dólares, centrado principalmente em isenções fiscais para as pequenas empresas, incentivos para a produção nacional, apoio financeiro às famílias de baixos rendimentos e aumento das despesas com saúde pública.

A margem para um maior relaxamento fiscal é limitada. O défice orçamental já aumentou para 4,4% do PIB em 2019, e em 2020 espera-se um novo incremento de 7,6% do PIB.

No primeiro trimestre de 2020, o aumento da aversão ao risco por parte dos mercados financeiros mundiais provocou uma grande saída de capitais dos mercados emergentes. Isto colocou maior pressão sobre a desvalorização da rupia, e espera-se que a moeda continue suscetível a uma maior volatilidade nos próximos meses.

Dito isto, o risco da taxa de câmbio é moderado por uma melhoria significativa das balanças externas da Índia nos dois últimos anos. Por outro lado, a Índia tem um excelente histórico de pagamentos, o que lhe confere um bom acesso aos mercados de capital.

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