Kenneth McGrath
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“Da Minha Terra” é a mais recente “umbrela” Lidl

Canal direto para que mais produtos locais possam estar à venda nas lojas da cadeia

O Lidl está com uma preocupação muito grande em apoiar alguns sectores de atividade da produção nacional que têm dificuldade em exportar”. As palavras são de Bruno Pereira, administrador de compras do Lidl Portugal, proferidas aquando da apresentação da “Da Minha Terra”, a mais recente iniciativa de apoio à produção nacional por parte da insígnia retalhista que assinala, este ano, 25 anos de presença no mercado nacional.

O novo projeto desafia, assim, os pequenos produtores nacionais e regionais a apresentarem as suas empresas, até ao próximo dia 31 de outubro, abrindo um canal direto para que mais produtos locais possam estar à venda nas lojas do Lidl, que presentemente já trabalha com 240 fornecedores nacionais e disponibiliza cerca de 860 produtos portugueses no seu sortido, pretendendo fazer crescer esses números, de modo a apoiar a produção nacional.

Conhecidos que são os dados alusivos à exportação de produtos portugueses via rede Lidl (150 milhões de euros, em 2019; ainda não foram divulgados os números alusivos a 2020), a iniciativa “Da Minha Terra” visa alargar o número de pequenos produtores a marcar presença, de forma regular, nas lojas da insígnia, como é exemplo o reforço recente da aposta na oferta local de queijos (que ainda não exporta) e vinhos.

 

“Da Minha Terra”

O projeto “Da Minha Terra” visa, assim, abrir um canal direto destinado a produtores nacionais, nas áreas da charcutaria, queijos, doces e bolos secos, desafiando-os a apresentarem as suas empresas e produtos, até ao próximo dia 31 de outubro.

Após uma primeira avaliação das candidaturas, tendo em conta o seu potencial, os fornecedores serão convidados, em novembro, para uma apresentação mais personalizada dos seus produtos, num “pitch” que poderá ser presencial ou digital, em função do contexto de pandemia.

Quisemos dar um passo em frente no apoio prestado a alguns sectores do agroalimentar e iniciámos hoje (29 de setembro) uma iniciativa que se chama Da Minha Terra”, reforça o responsável.  Através do site do Lidl, é possível aos produtores interessados apresentar os seus produtos, que serão avaliados pela estrutura de compras do Lidl, que, entretanto, anunciou Alexandra Borges como nova diretora geral de compras, com funções a iniciar a 1 de outubro.

Charcutaria, doces, queijos e bolos secos são, então, alguns dos sectores de atividade que se poderão candidatar a entrar na cadeia de abastecimento da cadeia alemã, já no arranque do ano fiscal de 2021, a ocorrer a 21 de março e que, regra geral, prevê contratos de abastecimento de 12 meses.

 

Atuação local

Esta divulgação será, igualmente, feita através do envolvimento dos colaboradores Lidl, que foram desafios a identificar produtos específicos que possam configurar possíveis novos fornecedores para a marca. “Um canal direto para que mais pequenos produtos possam ter possibilidade de escoar a sua produção”, reforçou, Bruno Pereira. Sem detalhar um número final/limite de produtos que gostariam de listar, mas adiantando que “listar cerca de 100 produtos seria positivo”, o projeto “Da Minha Terra” visa ser de lógica de implementação flexível, ao prever ajustar as necessidades de compra à capacidade produtiva dos produtores. “Se um determinado produtor apenas tem capacidade para abastecer 40 lojas Lidl, apenas abastecerá 40 lojas Lidl”, detalhou Bruno Pereira.

Os nossos colaboradores serão os maiores embaixadores deste nosso projeto e da promoções das produtos diferenciadores da sua região”, comenta, por sua vez, Alexandra Borges, diretora geral de compras do Lidl Portugal.

Depois de avaliadas as propostas recebidas, serão eleitos os vencedores, que passam a ter os seus produtos à venda em, pelo menos, 50 lojas Lidl – a nível regional ou nacional, dependendo da capacidade de fornecimento do produtor – já no próximo ano.

 

Qualidade como critério base

“A qualidade é fundamental para o Lidl Portugal”, pelo que os produtores candidatos terão de possuir uma certificação de qualidade mínima HACCP (entre outras que tenham), identificar produtos com certificação DOP, IGP, ETG, entre outros, identificar se são empresa com Selo PME e qual a percentagem de matéria-prima nacional no produto, dispensando-se, para o efeito, a posse de certificações internacionais.

Lançamos este projeto agora, no seguimento do que já temos vindo a fazer em prol dos fornecedores nacionais, em contexto de pandemia e ainda antes disso, porque acreditamos que poderá ser não só uma boa oportunidade numa conjuntura económica muito desfavorável, mas igualmente para compensar a falta de escoamento de stock para o canal Horeca, que esteve encerrado”, concluiu Bruno Pereira, administrador de compras do Lidl Portugal

 

 

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