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Covid-19 potencia “apocalipse do retalho” nos Estados Unidos da América

2.184 lojas encerradas este ano

Nos primeiros três meses da crise causada pela pandemia por Covid-19, ter-se-ão perdido até 6,1 milhões de empregos no sector do retalho nos Estados Unidos da América, segundo as estimativas da National Retail Federation (NRF), citadas pelo jornal El Economista.

Quase todos os sectores da economia foram muito afetados por esta crise e o comércio retalhista encabeça a lista”, indica Matthew Shaw, presidente da NRF. O sector é responsável por 52 milhões de empregos, muitos dos quais foram afetados ou estão em risco contínuo enquanto as lojas permanecerem fechadas.

No passado dia 13 de abril, a fabricante de jeans True Religion, sediada na Califórnia, acionou o chamado Capítulo 11 da lei norte-americana, que permite a suspensão de pagamentos. Poucos dias depois, foi a cadeia de grandes armazéns J.C. Penney que falhou o pagamento de 12 milhões de dólares de um dos seus empréstimos e, juntamente com a Neiman Marcus, avançou também a possibilidade de pedir insolvência, de modo a poder levar a cabo um programa de reestruturação. Desde o início do ano, J.C. Penney, Macy’s, Nordstrom e Kohl’s perderam cerca de 12.300 milhões de dólares em termos de capitalização bolsista. A Macy’s deixou até no índice S&P500, ao ser considerada um valor de baixa capitalização.

 

Ajuda federal

De acordo com o El Economista, o grande problema que as cadeias de grandes armazéns mais conhecidas dos Estados Unidos enfrentam é o facto de não se qualificarem para os programas que o governo federal começou a implementar para ajudar o sector do retalho. Na maioria dos casos, são demasiado grandes para optar pelas linhas de crédito, que, além disso, já esgotou os fundos, dirigidas a empresas com menos de 10 mil colaboradores ou com vendas inferiores a 2.500 milhões de dólares. Paralelamente, a sua dívida não tem o rating preciso para se qualificarem para a linha de crédito direcionada às empresas de maior dimensão.

O El Economista recorda que, antes da pandemia, e desde 2015, 81 retalhistas norte-americanos declararam insolvência, incluindo 23, em 2019. Entre janeiro e fevereiro deste ano, foram registados quatro pedidos de insolvência: Papyrus, Lucky’s Market, Earth Fare e Pier 1 Imports. “Com o impacto do vírus, esperamos uma maior precaução por parte dos credores dos negócios retalhistas e dos investidores, o que tornará extremamente complicado aos retalhistas em dificuldades a obtenção do capital necessário à sua sobrevivência”, indica David Berliner, consultor na BDO, também citado pelo El Economista.

A consultora Coresight Research estima que, este ano, terão encerrado pelo menos 2.184 lojas nos Estados Unidos, numa tentativa, por parte de muitos retalhistas, para ajustar as suas operações e reduzir os custos.

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