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Covid-19 gerou aceleração digital de 5 anos em 3 meses

Consumo online de consumidores com mais de 65 anos representa 9,3% do total de compras online de FMCG

Imagem Shutterstock

O crescimento do consumo online é um dos resultados visíveis da pandemia de Covid-19 no comportamento dos consumidores. Em Portugal, o número de transações online aumentou 44% em comparação com o período pré-Covid-19, o que significa uma aceleração digital de cinco anos em apenas três meses.

Esta é uma das conclusões apresentadas no encontro digital ‘Day After e o Novo Digital: Do Produto ao Consumo’ organizado pela Centromarca – Associação Portuguesa de Empresas de Produtos de Marca e que juntou, ainda, a Deloitte, a Bain & Company e a Kantar para debater a transformação digital no setor do grande consumo.

 

Delivery em foco

Pedro Miguel Silva, Associate Partner da Deloitte, revela que este crescimento exponencial do comércio online nos lares portugueses deve-se ao aumento do recurso a serviços de entregas de refeições e de take-away, que cresceu 53%. Em 2020, registou-se igualmente um aumento de três vezes mais lares a comprar online, comparativamente a 2019. Também as compras com entretenimento, cultura e subscrições contribuíram para este aumento de consumo no digital, com um crescimento de 57%.

Por outro lado, os setores da Hotelaria e Restauração estão em crise aguda, com 70% das empresas de restauração e bebidas a registarem quebras na faturação acima de 40%, e o número de dormidas a cair acima dos 65% face a 2019. Mediante este cenário, as receitas no setor do turismo recuaram 54,4%.

 

Cestas de stockagem aumentam

Já Carlos Cotos, Country Manager da Kantar em Portugal, afirma que o digital é o grande protagonista de 2020 no setor de Fast-Moving Consumer Goods (FMCG), ao assinalar um aumento de compradores e de intensidade de compra. Segundo a Kantar, os clientes que realizam compras online representam, no conjunto dos seus atos de compra, 39% do grande consumo e fazem cada vez mais cestas de stockagem.

Outra das novidades, é a profusão do online em lares mais adultos, a chegar a consumidores com mais de 65 anos, que não só aumentam as suas compras em canais digitais, como gastam mais do que no último ano. E se esta é uma tendência mundial, em Portugal o crescimento do valor do consumo online mais do que duplicou em 2020 face a 2019.

 

Investir na experiência de compra

Do lado da consultora Bain & Company, André Pires de Carvalho, refere que as vendas online têm crescido a um ritmo de 180% por semana. Em alguns países este crescimento atinge os 300%, como é o caso de Itália, mas poderia ser ainda mais expressivo se não houvesse uma taxa de insucesso na conclusão das compras online como a registada na Europa Ocidental, que atinge os 20%.

Para o Partner da Bain & Company, o retalho tem de investir na experiência de compra na internet para que os clientes possam migrar ainda mais para o online. Para isso, aponta algumas mudanças necessárias como a redução do custo de entrega e de picking (separação e preparação de pedidos); a diversificação do fluxo de receita; a cobrança aos consumidores dos custos de serviços com valor acrescentado e o estabelecimento de parcerias para melhorar a experiência do consumidor no digital.

 

FMCG estruturante para a economia nacional

Já Nuno Fernandes Thomaz, presidente da Centromarca, reforça a importância do FMCG, com um volume de negócios anual a rondar os 16 mil milhões de euros, correspondente a aproximadamente 4% do volume de negócios das empresas financeiras em Portugal. “Falamos de um setor que foi crucial para que o País se mantivesse vivo durante o período de confinamento e que, já no novo normal, tem continuado a dar resposta às necessidades dos portugueses, através de soluções mais vantajosas para os consumidores no digital, com produtos e serviços inovadores“, refere.

O encontro digital ‘Day After e o Novo Digital: Do Produto ao Consumo’ foi mais um contributo da Centromarca para compreender melhor as alterações do comportamento dos consumidores, em Portugal e no mundo. “Desde o início da crise provocada pelo coronavírus, a Centromarca tem acompanhado de perto as marcas e os consumidores na sua relação comportamental. As conclusões apresentadas e os tópicos trazidos pelo painel reforçam a importância de um setor vital para economia portuguesa“, destaca, por sua vez, Pedro Pimentel, diretor-geral da Centromarca.

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