in ,

Consumidores vão enfrentar novos aumentos de preço em 2023

Imagem: Shutterstock

Os consumidores vão pagar ainda mais pelos produtos de mercearia do que em 2022, segundo indicam retalhistas, empresas de bens de consumo e investidores, a menos que os custos das “commodities” diminuam ou que a mudança para produtos de marca mais baratos se acelere, avança a Reuters.

Os retalhistas e produtores de bens de consumo têm estado em negociações sobre os preços há mais de um ano, após os bloqueios da cadeia de fornecimento relacionados com a Covid-19. Desde então, a situação tem escalado pelo elevado custo das matérias-primas e da energia, na sequência da invasão da Ucrânia, com o aumento dos preços dos alimentos básicos, do pão ao leite e à carne, exacerbando uma crise do custo de vida na Europa.

Os britânicos pagaram um valor recorde de mais 16,7% pelos bens alimentares nas quatro semanas até 22 de janeiro, em comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com a  Kantar. Já o índice alimentar dos Estados Unidos da América, incluindo refeições consumidas em casa e em cafés e restaurantes, aumentou 10,4% em 2022.

 

Aumento dos preços

Mark Schneider, CEO da Nestlé, disse na semana passada a um jornal alemão que teria de aumentar ainda mais os preços dos seus produtos alimentares este ano, para compensar os custos de produção mais elevados que ainda têm de repercutir totalmente nos consumidores.

As margens das grandes empresas de bens de consumo embalados têm sido reduzidas pelos custos mais elevados das matérias-primas, uma vez que o preço de ingredientes como trigo e óleo de girassol disparou desde o início da guerra na Ucrânia, em fevereiro do ano passado.

A Unilever, que deverá apresentar esta semana os resultados, indicou em outubro que o seu crescimento de preços subjacente – um indicador dos preços – subiu para um recorde de 12,5%, no terceiro trimestre. Tineke Frikkee, gestor de carteira da Waverton Investment Management, disse à Reuters que espera que a Unilever aumente os preços em 2023, embora seletivamente. “Da última vez que ouvimos a Unilever, ficou claro que prefere subir os preços de menos produtos, para os manter abaixo dos seus pares e ganhar quota de mercado“.

 

Retalhisto

Os fabricantes de bens de consumo continuarão a aumentar os preços até recuperarem a sua rentabilidade, avançou, por sua vez, Bruno Monteyne, analista da Bernstein. “A única coisa que o poderá evitar é os consumidores começarem a trocar para produtos de marca própria a um ritmo mais rápido“.

Os retalhistas europeus também estão a ser persistentes na questão dos preços. “Com os grandes fornecedores, insistimos em contratos a longo prazo que não têm de ser renegociados“, indicou o retalhista belga Colruyt à Reuters.

O cadeia britânica de supermercados Tesco e a Kraft Heinz, no ano passado, não conseguiram chegar a acordo sobre os preços de algumas marcas, o que resultou no desaparecimento de vários produtos das prateleiras.

O CEO da Tesco, Ken Murphy, disse no mês passado que tinha esperança que a inflação atingisse o seu pico em meados de 2023 e, depois, começasse a diminuir.

O analista do Barclays, Warren Ackerman, alerta que, embora os preços dos produtos alimentares tenham descido em média 20% em relação ao pico de março, levará tempo para que isso se reflita nos custos das empresas.

carros elétricos

Preço dos carros elétricos e híbridos afasta portugueses

Bosch

Bosch chega a acordo para aquisição de aproximadamente 12% das ações da Husqvarna