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Consumidores portugueses têm pouco conhecimento sobre os preços

A Black Friday aproxima-se e marcas e retalhistas já estão a implementar as suas estratégias para conseguirem alcançar um aumento de vendas dos seus produtos e serviços. A Nielsen foi analisar o “driver” preço e como este é fundamental no processo de decisão de compra. O real impacto das promoções é também um tópico que não pode ficar esquecido quando se fala de iniciativas como a Black Friday. Preço e promoções são, sem dúvida, variáveis às quais os consumidores vão estar atentos nos próximos dias.

Quase metade (46%) das vendas de bens de grande consumo em Portugal são feitas em promoção, sendo o investimento promocional do país muito superior ao registado no resto do mundo. De acordo com o estudo ShopperTrends da Nielsen, 42% dos consumidores portugueses admitem que, apesar de não mudarem de loja em função das promoções existentes, procuram adquirir produtos em promoção sempre que visitam uma loja. De facto, apenas 3% dos consumidores assumem que as promoções raramente influenciam a sua escolha de marcas.

No entanto, estes números não significam que os portugueses são mais viciados em promoções do que os restantes povos europeus. “O shopper português não é nem mais nem menos adepto de promoções do que o dos outros países. Pelo contrário, limita-se apenas a tirar proveito de um contexto de oferta promocional que é cada vez mais intensiva no seu país”, explica Mafalda Silva Ferreira, Client Development Senior da Nielsen.

De acordo com o estudo ShopperTrends, os consumidores portugueses são, de todos os países europeus analisados, os que menos têm conhecimento dos preços dos produtos (48% face a 72% em Espanha). “Num contexto de atividade promocional tão forte, os portugueses acabaram por perder a noção do preço regular, reagindo especialmente ao preço riscado. Mesmo não sabendo o preço regular de cada produto, procuram as promoções e reparam nas alterações de preço”, diz Mafalda Silva Ferreira. “Mais do que fazer promoções, o mercado deve focar-se numa boa estratégia de preço. A definição do preço deve estar alinhada não só com a estratégia comercial de cada marca e retalhista, como também com a própria zona geográfica, com o produto ou serviço oferecido, com o valor acrescentado que este lhe pode trazer e com a oferta concorrencial. As promoções devem continuar a existir, mas de uma forma estratégica e que vise o incentivo à experimentação ou à compra de produtos premium, que tragam valor à categoria. É importante desviar o foco das guerras de preço e das promoções indiscriminadas, na medida em que os consumidores estão até dispostos a pagar mais por produtos que lhes tragam benefícios, tais como a qualidade ou o facto de serem considerados saudáveis, inovadores ou convenientes”, acrescenta.

Perante um consumidor cada vez mais informado e exigente, é também cada vez mais importante uma política de transparência em relação ao preço e este é um tópico bastante presente quando se fala de iniciativas como a Black Friday. Com o desenvolvimento do canal digital, o shopper dispõe hoje de várias ferramentas que lhe permitem comparar preços em tempo real. Segundo o estudo ShopperTrends, da Nielsen, para 54% dos portugueses, a principal razão de visita aos sites de hipers e supermercados é a procura de ofertas especiais e promoções.

Para uma Black Friday bem-sucedida, a Nielsen aconselha algumas recomendações. “Aproveitar o contexto positivo do consumo nacional para fazer promoções que incentivem a compra de produtos de maior valor ou de uma gama mais premium, promovendo a experimentação e a inovação; criar promoções únicas e diferenciadoras, que o distanciem da concorrência; praticar preços transparentes, que serão facilmente comparáveis”.

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