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Caminho para as marcas crescerem passa pelo prazer sem culpa

Foto Shutterstock

Quase 60% dos portugueses afirmam estar preocupados com a saúde, e o nível de concordância está a aumentar. Este facto é demonstrado também na cozinha, estando a confecionar a comida de forma cada vez mais simples e ligeira. Em praticamente 50% das ocasiões de almoço e jantar, os portugueses cozinham de forma saudável (entre cozidos, crus ou frios e grelhados).

Estes são dados do estudo Prazer sem culpa, o caminho para a saúde”, realizado pela Kantar em Portugal, onde faz um retrato do consumidor português no que diz respeito à relação que este tem com a alimentação, com especial foco no saudável versus o prazer.

O estudo mostra que os portugueses estão também a reduzir no açúcar, sal e gorduras. A análise nutricional realizada propositadamente para este estudo verificou que estão a consumir menos 14% de açúcar, menos 12% de sal e menos 5% de gorduras. As alterações de comportamento na compra corroboram esta mudança de atitude, verificando-se que categorias como margarina culinária, sal, açúcar refinado e refrigerantes perderam espaço nas cestas, enquanto que categorias como mel, frutos secos e óleo de coco estão a ganhar preponderância, entre outras categorias vistas agora como mais saudáveis.

De acordo com Marta Santos, Manufacturers Sector Director da Kantar, “há efetivamente um esforço por parte dos portugueses para reduzirem alguns produtos que consideram menos bons para a saúde, mas pelo lado da oferta também tem havido uma evolução, com as marcas a apostarem cada vez no natural, na origem dos ingredientes e na transparência da composição dos produtos. Os biológicos, ‘superfoods’ e ‘free from’ estão a ganhar mais relevo no dia-a-dia dos consumidores”.

Apesar desta mudança relativamente significativa, a preocupação com a saúde difere de acordo com a idade. Os mais velhos (a partir dos 65 anos), por razões naturais de idade, procuram manter-se mais saudáveis e, por isso, fazem cestas maiores de fruta, legumes e de carne fresca. Quase 80% dos seniores admitem, hoje em dia, comer menos gorduras e comprar produtos com pouco sal e 35% tenta evitar produtos com cafeína, estando nestes três indicadores acima da média nacional. Já os mais jovens (até aos 34 anos) procuram soluções que os ajudem cada vez mais no lar e facilitem o seu dia- a-dia, dando mais espaço à conveniência e à praticidade, assim como à indulgência. Quase 90% afirma que gosta de aproveitar a vida ao máximo, 74% dá preferência à rapidez e à facilidade de preparação da comida e 53% gosta de comer produtos pouco saudáveis quando se sente em baixo. Este grupo destacou-se em 2018 por ter um maior aumento da procura de sopas prontas, tabletes de chocolate e pão de cachorro e hambúrguer, entre outras categorias.

Preocupação com a saúde sim, mas a comida aliada a isto tem de ser prazerosa, por isso, Marta Santos afirma que “os três eixos para o crescimento das categorias de saúde serão explorar uma oferta que proporcione também o prazer e a indulgência no consumo, reforçando as soluções ‘ready to eat’ que em Portugal, comparando com outros países europeus tem ainda potencial. A exploração do conceito bio, que apresenta um crescimento de 60% e apenas entra ainda em 40% dos lares portugueses, mas ajuda categorias mais estabelecidas como iogurtes, bolachas e massas”.

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