A Comissão Europeia não acredita que o fim do regime das quotas leiteiras venha a gerar excedentes de produção. “Pela primeira vez em 30 anos, os produtores responderão apenas às forças do mercado”, disse Phil Hogan, comissário europeu com a pasta da agricultura.
O responsável crê que o fim do regime de quotas irá proporcionar grandes desafios, assim como oportunidades, para o sector do leite europeu, nomeadamente em termos de crescimento e emprego. Numa altura em que a procura global de lacticínios cresce, em média, 2% ao ano, “a eliminação das quotas na produção é encarada com otimismo”.
Phil Hogan insistiu que as circunstâncias atuais são muito distintas das de 1984, quando se introduziu o regime de quotas, no seguimento dos excedentes de leite dos finais da década de 70 e início da de 80, que fizeram cair os preços. O comissário fundamenta a sua opinião com o facto dos produtores estarem há já muito tempo a tomar decisões sobre o seu negócio com base na situação do mercado e que, apesar dos receios dos produtores sobre os preços, não se prevê um grande aumento da produção para 2015.
O responsável assegurou, ainda, que Bruxelas irá vigiar de perto o mercado e que explorará possíveis medidas para lidar com a volatilidade dos preços. “Agora somos competitivos nos mercados de preços a nível global, o intervencionismo está num nível que não incentiva os excedentes de produção e podemos exportar 11% da nossa produção de leite sem qualquer tipo de subsídios”, acrescentou.
Phil Hogan relembrou, ainda, que a nova Política Agrícola Comum permite aos Estados-membros novas formas de ajuda aos produtores, por exemplo, através de programas de desenvolvimento rural.