As próximas fronteiras do retalho

Luciano Peixoto, administrador Casa Peixoto
Luciano Peixoto, administrador Casa Peixoto

2021 foi marcado por contradições no panorama das marcas que concentraram todos os esforços para traçar um caminho positivo. A par com o entusiasmo do regresso pós-pandemia e das novas fronteiras tecnológicas virtuais, houve também o crescente aumento da disparidade social, o aprofundamento da crise climática, a disrupção na cadeia de abastecimento e no fornecimento de matérias-primas.

Tendências que apontam para que 2022 seja um ano marcado pela sustentabilidade, uma prioridade cada vez maior para todas as gerações independentemente da região demográfica, pela tecnologia e inovação no retalho.

 

Sustentabilidade

Ao nível da sustentabilidade, o consumo consciente e a realização de compras com impacto positivo, a adoção de estratégias de responsabilidade social para evolução do propósito da marca e a economia circular com a possibilidade de dar uma segunda vida aos produtos a preços acessíveis, está a inspirar cada vez mais o setor do retalho.

Como sociedade, temos que começar a processar as coisas de forma diferente. O que concretizamos agora, como empresas e líderes de marcas mais ponderadas e conscientes na sua representação social, definirá o nosso propósito nos tempos mais próximos. A responsabilidade desencadeada pelo contexto da pandemia deve, a meu ver, estender-se do património da marca ao apoio de iniciativas locais e suporte específico à comunidade, como por exemplo, na diminuição da carência habitacional.

O apoio à reconstrução no combate à pobreza habitacional, os projetos de inovação social, a construção de habitação social e promoção da reabilitação estão cada vez mais presentes nas empresas em que as suas marcas estão empenhadas na missão de melhorar o mundo através da construção.

 

Personalidade do nosso negócio

Em Portugal, como em qualquer outro país, a marca que nos define é a personalidade do nosso negócio que resulta de uma combinação complexa de elementos que criam uma perceção junto dos stakeholders e que nos diferenciam no mercado. E, dedicando tempo para melhorar, seja na justiça social ou nas preocupações ambientais, vamos construir uma ligação mais profunda com todos, respondendo às suas expetativas e de modo colaborativo. Porque acreditamos que a eficácia na resposta aos problemas globais deve ser encarada de forma coletiva, e não se traduzir em atos isolados.

 

Impacto da tecnologia

No final do ano passado, assistimos também ao impacto da tecnologia e da inovação no setor de uma forma revolucionária. Desde o tão falado metaverso, mundos virtuais partilhados e interativos, que trazem um impacto na experiência de consumo, às ferramentas de interação que permitem aos consumidores explorar espaços virtuais para experimentar, visualizar produtos em realidade aumentada e comprar. Um mundo de novas possibilidades para os consumidores, que poderão visualizar, por exemplo, várias combinações de objetos ou experimentar virtualmente produtos nos seus próprios ambientes.

Estes são desafios inevitáveis da transformação (digital e não só) das empresas do retalho para preparar o futuro, rumo à construção de uma nova cultura de loja e de compras e de relacionamentos mais fortes, personalizados e duradouros com os seus clientes.

Luciano Peixoto, administrador Casa Peixoto
Luciano Peixoto
Administrador Casa Peixoto

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