A fórmula “green” para o setor

Isabel Augusto, diretora geral Green Media

As estratégias de sustentabilidade individuais são cada vez mais conhecidas marca a marca o que revela que o tema do impacto ambiental está a ser desenvolvido com toda a consideração.

São processos mais difíceis pelo elevado número de fornecedores que implica ter até chegar ao resultado final. E é aqui que o programa avança – onde os processos normalmente estagnam.

Vicissitude de trabalharem individualmente, a rota para a sustentabilidade fica limitada pela impossibilidade de alterar nas linhas adjacentes todos os obstáculos onde os sectores interagem. A fórmula é a união e o trabalho de grupo, não marca a marca, mas para o setor, com muitos mais intervenientes e especialistas no processo, mas também maior isenção e menor perigo de “greenwashing”.

 

Comunicação da sustentabilidade

Um dos fenómenos da comunicação da sustentabilidade é a regra do “dividir para reinar”. Coloca-se em causa tudo, todos e em total rota de colisão com o objetivo principal que deveria ser: a eficiência na sustentabilidade. Quanto mais comparações diretas se fazem menos ampla é a linha de horizonte para a visão verde. Quanto mais interrogações se colocam, mais se exponencia a dúvida e a inércia de ação. Quando se ataca cada parcela da equação de sustentabilidade, menos se concentra na resolução global. Não porque não seja possível, ou viável, mas porque deixa-se de ter como foco o objetivo principal: a melhor performance a alcançar em sustentabilidade.

O setor alimentar é, provavelmente, um dos sectores mais dinâmicos nesta matéria, contudo esta metodologia é, a meu ver, pouco consistente e com múltiplos estudos, selos de grupo e demasiadas iniciativas copy-paste.

A fazer, é importante fazer bem e que os investimentos em sustentabilidade possam ser sustentáveis.

 

Objetivo ou um luxo?

O investimento em sustentabilidade é ou não, afinal, um objetivo da empresa ou um luxo para o consumidor?

A entrada para a economia circular pode estar a ser significativamente adiada, sob o pretexto de justificar que a estratégia de sustentabilidade não tem viabilidade.

Com consequências para o planeta, mas não só, pois as alterações climáticas experienciar-se-ão também aqui em Portugal, em menos de 10 anos.

De que nos serve ter agora uma rolha de um material mais amigo do meio ambiente ou uma embalagem com redução de plástico que a marca A diz ou a empresa B fez, se não há um indicador que nos permita afirmar que este resultado é o melhor para o meio ambiente? Ou, de que nos serve ter uma embalagem mais green quando o preço do produto no mercado aumenta substancialmente? Serve para dizer que o consumidor afinal não é “green” porque não adere e compra? Ou tem, constantemente, o propósito de justificar que a sustentabilidade é demasiado complicada de alcançar agora em plena pandemia? O timing é agora. Reestruturemos em grupo a melhor estratégia para preparar um dos setores com mais impacto global na estratégia do planeta.

Isabel Augusto
Diretora Geral Green Media

Ana Vitória Pereira, diretora da área de indústria da everis Portugal, an NTT DATA Company

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