De acordo com a análise da Crédito y Caución, o crescimento do PIB na Europa de Leste abrandará oito décimas, em 2019, até atingir os 2,6%.
As tensões comerciais mundiais, o aumento da incerteza em torno do conflito entre os Estados Unidos e a China, juntamente com o risco de um possível Brexit sem acordo, colocam muitas economias europeias sob pressão, provocando uma brusca inflexão na tendência das insolvências na região. Após uma diminuição de 5%, em 2018, verificar-se-á um aumento de 2%, em 2019.
De acordo com o Barómetro de Práticas de Pagamento na região, que tem por base as opiniões de 1.500 empresas na Bulgária, Eslováquia, Hungria, Polónia, República Checa, Roménia e Turquia, 24% da faturação da região estava por liquidar à data de termo do prazo de pagamento. Esta percentagem de incumprimento atingiu o valor máximo de 42%.
A Crédito y Caución acredita que a diminuição das perspetivas de crescimento para a Europa de Leste irá agravar o comportamento das insolvências. Os níveis de insolvência mais elevados registar-se-ão na Turquia (+10%), Polónia (+4%) e Roménia (+3%). O sector da manufatura é o mais exposto, dada a sua forte integração na cadeia de valor global.
Os incumprimentos dos clientes afetam negativamente os fluxos de caixa das empresas e implicam a necessidade de compensar a falta de liquidez para levar a cabo as atividades comerciais. Se a curto-médio prazo o acesso ao financiamento bancário sofresse restrições, as empresas da região compensariam o aumento dos custos de capital com uma redução no investimento no crescimento dos negócios e na força laboral, através de despedimentos ou do congelamento de novas contratações.
A economia mundial continua a deixar visíveis as suas debilidades, encontrando-se agora numa fase de crescimento significativamente mais lento. Entre as crescentes tensões geopolíticas e as contínuas incertezas, o risco de letargia no comércio mundial aumenta. Prevê-se que isto venha a enfraquecer o crescimento económico em muitos países da Europa de Leste, aumentando as perspetivas de insolvência nos próximos meses. Neste contexto, a gestão estratégica do risco de incumprimento dos clientes é essencial para evitar graves problemas de tesouraria e para traçar um caminho de crescimento seguro e sustentável para as empresas.
