Com o crescimento do e-commerce e a população mundial a chegar aos 11 biliões em 2050, prevê-se que o volume de encomendas quadruplique até lá. Dada a velocidade acelerada de mudança, as empresas do sector precisam de se reinventar, num mundo onde já não existem barreiras de entrada. A concorrência vem de todas as direções e a digitalização será o principal agente de mudança.
Neste contexto, a EY identificou seis questões fundamentais sobre as forças de mudança do sector de transportes e logísticas, cuja combinação de respostas finais irá definir o seu futuro.
- Qual o impacto da crescente incerteza global no sector?
Estudos apontam que disrupção na cadeia de abastecimento global tenham resultado em custos e perdas de bilhões de euros apenas na Europa. Crescente turbulência económica, protecionismo e instabilidade geopolítica estão a forçar os players de transportes e logística a adotar novos modelos de negócio e novas alianças.
- Que oportunidades e desafios são criados pela crescente urbanização?
Com o surgimento das megacidades, os operadores de transporte e logística têm de lidar com desafios da logística urbana, incluindo o congestionamento de tráfego, dificuldades de “loading/ unloading” e a “last-mile delivery”, com o aumento de escala via relevância do e-commerce a aumentar a complexidade.
- A digitalização é uma tendência ou uma força instalada?
As tecnologias digitais irão transformar estes vários sectores com novas formas de capturar sinergias locais e eficiências globais, mas também criar crescentes expectativas do cliente e desafios de segurança. A digitalização redefine a cadeia de abastecimento a partir do cliente no centro.
- Qual o papel da colaboração na inovação tecnológica?
A disrupção dos modelos de negócio tradicionais já não é exclusiva de startups, com incumbentes a colaborar ativamente com o ecossistema empreendedor para explorar tecnologias inovadoras. Esperamos um crescente grau de integração horizontal e vertical na cadeia de valor e redes de transportes otimizadas em tempo real.
- Quais serão as competências chave do talento do futuro?
As novas tecnologias requerem um conjunto específico de competências e conhecimentos, como big data ou robótica como também “design thinking” ou “agile”. Antecipa-se o aumento dos custos de atração e retenção de talento com estas competências.
- Como garantir sustentabilidade e transparência em todo o ecossistema?
Os intervenientes do vasto espaço de mobilidade, incluindo consumidores, acionistas e entidades governamentais, valorizam cada vez mais novas práticas inerentes ao sector, nomeadamente a sustentabilidade, condições laborais e “compliance” ambiental. Ajustes nos modelos de negócio e articulação na cadeia de abastecimento irão refletir estas exigências.